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Drex: entenda como a moeda digital funciona, quando chega e suas vantagens

O Drex é a nova moeda digital do Brasil, que chega para mudar paradigmas financeiros e sistemas de transação, quando necessário.

O Drex representa a entrada oficial do Brasil na era do dinheiro digital, com uma proposta inovadora desenvolvida pelo Banco Central. Trata-se da versão digital do real, que terá o mesmo valor do papel-moeda ou do saldo bancário, mas com funcionamento dentro de uma estrutura totalmente tecnológica.

Essa moeda digital usa uma base de dados chamada DLT, que registra as transações de forma transparente, segura e praticamente inviolável. Com isso, o Drex surge como um instrumento moderno para facilitar transações, automatizar processos e reduzir intermediários no sistema financeiro.

Ele também promete ampliar a inclusão financeira, permitir a tokenização de ativos e viabilizar contratos programáveis. A proposta desperta atenção porque combina estabilidade institucional com inovação digital, colocando o Brasil entre os países que lideram a implementação de moedas digitais.

Você já conhece o Drex? Veja quando ele vigora e como vai funcionar.
Você já conhece o Drex? Veja quando ele vigora e como vai funcionar. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

O que é o Drex e como ele funciona na prática?

Na essência, o Drex é uma representação digital do real, controlada exclusivamente pelo Banco Central e por instituições autorizadas. Isso significa que, ao contrário das criptomoedas, ele possui autoridade central definida e segue diretrizes rígidas de segurança e regulamentação.

O Drex opera em uma infraestrutura chamada DLT, um tipo de livro-razão compartilhado e digital, semelhante à tecnologia blockchain. Porém, diferentemente de blockchains públicas, como as que sustentam moedas como o Bitcoin, o Drex prioriza a privacidade e o controle governamental.

Ele servirá como base para a execução automática de contratos digitais, o que permitirá operações financeiras complexas de forma instantânea. Por exemplo, será possível programar o pagamento de um financiamento para ser liberado automaticamente quando o contrato for assinado.

Isso elimina a necessidade de intermediação humana e reduz os riscos e o tempo das transações. O mesmo vale para seguros, empréstimos com garantias digitais e operações de câmbio vinculadas a comércio internacional.

Além de servir como moeda, o Drex atuará como plataforma para produtos e serviços financeiros. Dentro do seu ecossistema, instituições poderão desenvolver soluções próprias integradas à infraestrutura da moeda digital.

Isso cria um ambiente robusto de inovação, permitindo que bancos, fintechs e empresas explorem novas formas de crédito, gestão de patrimônio e negociação de ativos. Ao permitir que o dinheiro carregue regras programáveis, o Drex também habilita uma nova camada de inteligência financeira automatizada.

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O Drex vai substituir o real físico?

O Drex não tem a função de substituir o real físico nem eliminar o papel-moeda do cotidiano dos brasileiros. Ele surge como uma alternativa complementar dentro do sistema financeiro, expandindo as formas de movimentar dinheiro de maneira digital.

A proposta se concentra em operações mais complexas, como transferências com garantias, liquidações programadas, pagamentos condicionais e automação de processos contratuais. Assim, enquanto o real físico continuará circulando normalmente, o Drex trará uma nova camada tecnológica.

Com essa estrutura paralela, o Banco Central busca ampliar o acesso a serviços mais sofisticados de forma segura e acessível. A criação de contratos inteligentes e a execução automática de transações poderão atender demandas que o dinheiro físico ou mesmo os modelos digitais atuais não conseguem.

Vai entrar no lugar do Pix?

Não, o Drex não substituirá o Pix, pois ambos têm finalidades distintas. O Pix foi criado para realizar transferências instantâneas e pagamentos de forma simples, rápida e gratuita para o usuário final. Já o Drex atuará em um nível mais avançado.

Ele será voltado para operações que exigem regras automatizadas, registro de garantias ou integração com outros sistemas. Enquanto o Pix é voltado ao varejo e ao dia a dia, o Drex será a base de uma plataforma que integra dinheiro digital e contratos programáveis.

Na prática, o Drex complementará o Pix, criando novas possibilidades para o uso do dinheiro digital. A união das duas tecnologias fortalece o sistema financeiro e atende a diferentes tipos de transação. Por exemplo, o Pix continuará sendo a melhor escolha para transferir um valor ou pagar uma conta.

Enquanto isso, o Drex poderá ser usado para formalizar digitalmente um financiamento, com execução automática conforme o contrato. Assim, cada ferramenta manterá seu espaço e contribuirá para a modernização do mercado financeiro.

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Quando o Drex entra em vigor?

Inicialmente, o lançamento oficial do Drex estava previsto para o final de 2024. No entanto, o projeto enfrenta desafios técnicos que adiaram esse cronograma. O principal obstáculo atual está na proteção da privacidade das transações, já que as tecnologias DLT e blockchain não priorizam o sigilo dos dados.

Para operar em um sistema bancário regulado, o Drex precisa garantir que as informações do usuário permaneçam privadas e protegidas contra acesso não autorizado. Isso exige adaptações técnicas que ainda estão em fase de testes.

O projeto já concluiu a primeira fase de testes, que ocorreu entre julho de 2023 e outubro de 2024, com foco na infraestrutura e na funcionalidade básica. Agora, está em sua segunda etapa, voltada à integração de sistemas e à implementação dos mecanismos de privacidade exigidos por lei.

Essa fase envolve o trabalho conjunto de bancos, fintechs e empresas autorizadas, que simulam operações reais para verificar a viabilidade da tecnologia e identificar ajustes necessários. Os testes também incluem o desenvolvimento de soluções para garantir segurança jurídica e operacional.

Ainda sem uma nova data definida, o Banco Central trabalha com cautela para garantir que o Drex seja lançado apenas quando atingir níveis satisfatórios de segurança, eficiência e estabilidade. A expectativa é que, após essa segunda fase, o sistema avance para uma fase final de homologação antes de ser liberado.

Enquanto isso, o acompanhamento contínuo das fases de testes e a participação de grandes instituições reforçam o compromisso com uma implementação sólida, que beneficie tanto o cidadão quanto o ecossistema financeiro como um todo.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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