O crescimento do Pix fez com que empresas de cartão, como a Visa, precisassem inovar para não acabarem desfalcadas.
O uso do Pix no Brasil vem crescendo em ritmo acelerado, transformando profundamente a forma como os brasileiros realizam pagamentos. Em 2024, a ferramenta registrou um salto impressionante de 52% no número de transações, ultrapassando os 63 bilhões de pagamentos realizados ao longo do ano.
Esse avanço consolidou o Pix como o meio de pagamento mais utilizado no país, superando métodos tradicionais como boletos, cartões de crédito e TEDs. A popularização do Pix não se limita ao volume de operações, mas também à abrangência social.
Mais de 60% da população ativa no Brasil usou o sistema ao menos uma vez por mês. Com essa mudança de comportamento, empresas e instituições financeiras se veem pressionadas a inovar para não perder espaço nesse novo ecossistema de pagamentos instantâneos.
Neste artigo, você confere:
Visa cria empresa para concorrer com o Pix
Diante da crescente preferência dos consumidores pelo Pix, uma das maiores empresas de meios de pagamento do mundo decidiu agir para não ficar para trás. Para se adaptar ao novo cenário, a Visa lançou uma empresa própria que permitirá a iniciação de pagamentos diretamente por Pix.
Com essa iniciativa, a companhia busca expandir sua atuação para além dos cartões tradicionais, oferecendo soluções de pagamento instantâneo integradas ao cotidiano do consumidor. Essa mudança marca um passo ousado no reposicionamento da marca.
A nova solução permitirá que usuários façam pagamentos com apenas um clique, desde que autorizem o vínculo prévio da conta bancária ao sistema da empresa. Essa operação elimina o redirecionamento para aplicativos bancários, o que reduz a fricção no processo de compra.
A proposta atende a uma demanda latente do mercado, especialmente no e-commerce, onde o abandono de carrinho por causa da complexidade no pagamento ainda representa uma barreira significativa. Com essa integração direta, a experiência será mais fluida.
A nova empresa também se posiciona como pioneira ao expandir a atuação da marca para um modelo que vai além do plástico dos cartões. Essa estratégia não apenas reflete a adaptação às transformações do mercado, mas também sinaliza uma tentativa de ocupar espaço em novos formatos de pagamento.
Cartões Visa e demais estão ficando desfalcados?
Embora os cartões ainda ocupem papel relevante no mercado, seu ritmo de crescimento já não acompanha o avanço vertiginoso do Pix. Segundo dados atualizados, as transações com cartão de crédito cresceram cerca de 11,2% em 2024, enquanto os cartões de débito registraram alta inferior a 3%.
Em contrapartida, o Pix cresceu mais de 52% no mesmo período, indicando uma migração expressiva de usuários para o sistema instantâneo. Esses números evidenciam uma mudança estrutural nos hábitos de pagamento da população, cada vez mais conectada e em busca de praticidade.
O impacto se torna ainda mais evidente quando se observa o volume financeiro movimentado. Em 2024, o Pix transacionou mais de R$ 26 trilhões, ficando atrás apenas da TED, que somou R$ 43 trilhões. Mesmo assim, o Pix apresentou crescimento de 56,3% em volume, enquanto a TED avançou apenas 6%.
Já os boletos bancários, que ainda têm relevância, movimentaram R$ 6,2 trilhões, enquanto os cartões de crédito e débito juntos não superaram R$ 4 bilhões. Esse cenário confirma a perda de espaço dos cartões tradicionais em um ambiente cada vez mais digital e ágil.
A tendência aponta para um futuro onde a maior parte das operações financeiras será feita via sistemas instantâneos, eliminando intermediários e reduzindo custos. As empresas do setor, como a Visa, entendem que precisam se adaptar rapidamente ou perderão participação em mercados-chave.
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BC anunciou novidades do Pix
Para intensificar ainda mais essa evolução, o Banco Central revelou um pacote de novidades que promete ampliar as funcionalidades do Pix e torná-lo ainda mais competitivo. Entre os novos recursos, o Pix Automático ganhará destaque ao permitir o uso recorrente do sistema em cobranças mensais.
Esse formato tem potencial para substituir o uso de cartões em operações programadas, transferindo esse tipo de transação diretamente para o ambiente bancário digital. A novidade deve ganhar força já nos próximos meses, alterando profundamente o comportamento de consumo dos brasileiros.
Outros dois produtos anunciados têm potencial para impactar ainda mais o sistema financeiro. O Pix Parcelado permitirá que o consumidor escolha pagar em prestações diretamente no momento da compra, com definição de prazos e taxas aplicadas.
O valor será recebido integralmente pelo comerciante, enquanto a instituição financeira concederá crédito ao comprador. Essa proposta insere o Pix na disputa por operações de maior valor agregado, território até agora dominado exclusivamente pelos cartões de crédito.
Já o Pix Garantia oferecerá a possibilidade de as empresas usarem recebíveis futuros originados por Pix como garantia para operações de crédito. Essa funcionalidade vai permitir que negócios acessem recursos antecipadamente, de forma semelhante ao que ocorre com antecipações no setor de cartões.
Com essa inovação, o Pix não apenas ganha musculatura como meio de pagamento, mas também como instrumento financeiro completo, integrando liquidez, crédito e planejamento empresarial em uma única plataforma.
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