Aposentadoria mais salário: esse é o grupo de brasileiros que sempre acumula
Recentemente, um projeto de lei que altera o regime previdenciário dos parlamentares brasileiros começou a gerar discussões acaloradas no Congresso Nacional. Proposto pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e assinado por representantes de diversos partidos como Republicanos, PL, PP, União Brasil, PT e PSD, o projeto visa permitir que deputados e senadores aposentados pelo Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC) acumulem simultaneamente aposentadoria e o salário de R$ 46.366,19 por exercerem cargo eletivo.
Embora a proposta tenha sido formalizada apenas em 10 de junho de 2025, ela está ganhando visibilidade por sua proposta polêmica e pelas implicações financeiras que pode gerar.
A medida vem em um momento de crescente debate sobre a reforma do sistema público e a necessidade de um governo mais enxuto. Portanto, as discussões sobre o que está sendo proposto, e como isso pode impactar o Brasil, se tornaram uma prioridade entre os cidadãos e autoridades.
A pergunta que fica no ar é: será essa uma melhoria para o sistema ou um retrocesso que reforça privilégios?

O que muda com a nova proposta?
De acordo com a atual Lei 9.506/1997, os parlamentares que se aposentam não podem acumular os proventos da aposentadoria com o salário de cargo eletivo. O objetivo da lei de 1997 era evitar que os parlamentares recebessem duplo benefício enquanto exerciam um cargo público.
O projeto de lei recentemente apresentado, no entanto, visa revogar essa proibição, permitindo que deputados e senadores aposentados recebam tanto a aposentadoria quanto o salário do cargo em que atuam.
Praticamente, isso significaria que um parlamentar aposentado poderia acumular um valor significativo: sua aposentadoria proporcional, que pode ser substancial, e o salário integral de R$ 46 mil, que é o valor atual pago aos deputados.
Além disso, o projeto ainda propõe que esses parlamentares recebam o 13º salário, o que gera ainda mais preocupações em relação ao impacto fiscal que essa mudança pode causar.
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Justificativas para a mudança
A principal justificativa para a mudança apresentada pela Mesa Diretora da Câmara é que a proibição de acumular a aposentadoria com o salário de cargo eletivo é uma “discriminação indevida”.
Segundo os proponentes, a regra atual é inconstitucional e prejudica o princípio da isonomia, já que os parlamentares que já têm direito à aposentadoria, mas ainda continuam contribuindo ao sistema público, não teriam a mesma condição que outros cidadãos.
Além disso, os defensores da proposta argumentam que a medida visa incentivar mais pessoas a participarem da política, sem o receio de que sua aposentadoria seja comprometida ao continuar sua carreira pública.
A ideia é criar uma espécie de “igualdade” entre aqueles que já se aposentaram e os novos membros do Legislativo, garantindo mais incentivo para aqueles que ainda têm a capacidade de servir.
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O impacto financeiro e político da medida
Porém, o que inicialmente poderia parecer uma pequena mudança logo toma proporções mais amplas, gerando discussões sobre os custos e as repercussões para o país.
Permitir que parlamentares aposentados acumulem sua aposentadoria com o salário pode gerar um aumento considerável nos gastos públicos, especialmente se levarmos em conta que diversos deputados e senadores já são aposentados e podem aproveitar a medida.
É possível que a implementação dessa proposta resulte em um impacto significativo nas finanças do Governo Federal.
A folha de pagamento da União pode ser ampliada consideravelmente, o que geraria custos adicionais para o país, principalmente em um cenário de dificuldades fiscais e pedidos de cortes orçamentários em diversas áreas do governo.
A repercussão pública e os próximos passos
O projeto gerou uma percepção negativa entre os cidadãos, principalmente devido à crise fiscal e a crescente insatisfação com os privilégios políticos no Brasil.
O acúmulo de salários e aposentadorias por parte dos parlamentares pode ser visto como um reforço dos benefícios para uma classe política que já é amplamente criticada por seus altos rendimentos e regalias.
Em um momento de crise e desigualdade social, a medida pode alimentar um debate ainda mais acirrado sobre privilégios no setor público.
A impressão de que o governo está favorecendo uma classe política em detrimento das necessidades básicas da população pode enfurecer ainda mais os brasileiros.
A proposta ainda precisa passar por análise nas comissões temáticas da Câmara e, posteriormente, ser votada em plenário.
O debate promete ser intenso, especialmente nas redes sociais e na mídia, onde o tema tem gerado forte repercussão. Além disso, a polêmica envolvendo a medida também pode afetar diretamente a imagem do Legislativo, com a população mais atenta às movimentações em relação aos gastos públicos.