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INSS pode estar pagando 1 milhão de benefícios irregulares; entenda o caso

O INSS ainda precisa realizar a análise de mais milhares de benefícios, pois pode estar pagando mais de 1 milhão de valores para quem não deve.

O Instituto Nacional do Seguro Social, conhecido como INSS, desempenha um papel essencial na proteção social do trabalhador brasileiro. Por meio dele, milhões de pessoas acessam aposentadorias, pensões, auxílios e benefícios por incapacidade, além de garantias em momentos de vulnerabilidade.

Esses direitos asseguram renda mínima em situações de afastamento, idade avançada ou falecimento do provedor da família. O INSS, além de representar um dos pilares da seguridade social, também contribui para o equilíbrio econômico regional ao distribuir recursos em todo o país.

Seu funcionamento eficaz influencia diretamente o bem-estar de famílias e a estabilidade das contas públicas. No entanto, falhas de gestão e atrasos em processos internos vêm comprometendo a efetividade desse sistema, criando um impacto expressivo nos cofres públicos e na vida dos cidadãos.

Se você recebe benefícios do INSS, entenda as dificuldades do instituto.
Se você recebe benefícios do INSS, entenda as dificuldades do instituto. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

INSS pode estar pagando 1 milhão de benefícios indevidamente

Além da tradicional fila de pedidos de aposentadoria pendentes de resposta, o INSS enfrenta outro gargalo igualmente preocupante: a fila dos benefícios com indícios de irregularidade. Esses processos reúnem pagamentos mensais que apresentam sinais de inconsistência.

Também indicam que o instituto não consegue investigar com a rapidez necessária. O acúmulo dessas análises incompletas gera prejuízo financeiro significativo, pois os pagamentos continuam mesmo diante de fortes suspeitas de fraude ou erro.

Esses indícios surgem a partir de cruzamentos de dados, denúncias de órgãos de controle, ausência de movimentação nos cadastros e até acúmulo indevido de benefícios. A cada mês, cerca de 1 milhão de benefícios com algum tipo de sinal de alerta permanecem ativos sem verificação.

Estima-se que mais da metade desses pagamentos seja indevida, o que eleva os custos da Previdência Social. O não enfrentamento imediato desses casos resulta em uma perda de quase R$ 15 bilhões por ano, valor que poderia ser redirecionado para beneficiar quem realmente tem direito.

No passado, ações pontuais reduziram esse prejuízo com a análise sistemática dos benefícios suspeitos. No entanto, nos últimos anos, a quantidade de processos examinados mensalmente caiu drasticamente. Isso ocorreu, em parte, pela interrupção de incentivos aos servidores encarregados dessas verificações.

Com a análise reduzida pela metade, a fila voltou a crescer rapidamente, comprometendo o controle e a eficiência da Previdência. Reativar estratégias anteriores e ampliar o número de servidores envolvidos pode contribuir diretamente para o equilíbrio das contas públicas.

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Recursos demoram a ser liberados

Além dos pagamentos irregulares, o INSS também sofre com atrasos na liberação de recursos legítimos para os segurados. Existem milhares de pedidos de aposentadoria, pensões e auxílios que permanecem parados em etapas recursais, prejudicando diretamente cidadãos que aguardam há anos.

Esses recursos se acumulam tanto dentro do INSS quanto nos conselhos de julgamento externos, ampliando o tempo de espera e o desgaste para os requerentes. Em muitos casos, os processos travam por falhas nos sistemas digitais, ausência de registros e falta de comunicação entre setores.

Esse cenário tem consequências diretas nos cofres públicos. Quanto mais o INSS demora para responder a um pedido, maior o valor retroativo a ser pago com juros e correção monetária. Isso cria uma despesa adicional que poderia ser evitada com decisões mais ágeis.

A espera excessiva também afeta o planejamento de vida dos segurados, que ficam sem renda em períodos críticos. Muitos precisam recorrer a empréstimos, ações judiciais ou serviços advocatícios para tentar resolver pendências que deveriam ser resolvidas administrativamente.

Além da fila de recursos, há outros setores do INSS que também enfrentam congestionamentos. Um exemplo é a fila de compensação previdenciária, onde estados e municípios pedem reembolso ao INSS por contribuições feitas por servidores que migraram para o regime geral.

Outro é o seguro-defeso, pago a pescadores artesanais, que também enfrenta atraso significativo. Até mesmo o sistema de atestados médicos online passou por mudanças recentes que aumentaram a demanda por perícias presenciais, gerando nova sobrecarga.

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Justificativas do INSS

Diante da pressão crescente, o INSS e o Ministério da Previdência alegam que vêm adotando medidas para melhorar o atendimento e reduzir o tempo de resposta dos processos. Entre essas ações, destacam-se investimentos em digitalização de serviços, treinamento de servidores e redistribuição de peritos.

O governo também retomou, neste ano, o pagamento de bônus para incentivar o desempenho dos analistas e peritos. A estratégia já havia demonstrado bons resultados no passado, acelerando a conclusão de milhares de processos em um curto espaço de tempo.

A meta atual da pasta é reduzir o tempo médio de espera para julgamento de recursos administrativos para 180 dias. Para isso, o ministério afirma ter reduzido significativamente o estoque acumulado desde 2023, como resultado de uma gestão mais eficiente.

Outras medidas incluem o reforço da equipe técnica e o uso de ferramentas digitais mais avançadas para triagem e análise de processos. No entanto, os números mais recentes ainda indicam um longo caminho até que o sistema funcione de forma plena e sem grandes gargalos.

O plano também inclui a redistribuição de peritos médicos conforme a demanda em cada região do país. Essa medida visa reduzir a fila de perícias, especialmente após a limitação do Atestmed a 30 dias. O impacto positivo, no entanto, depende de sua execução eficaz e da alocação de recursos humanos.

Enquanto isso, o atraso nos atendimentos continua a gerar insatisfação e custos elevados. Por isso, analistas defendem a contratação temporária de profissionais e maior autonomia administrativa para acelerar os trâmites internos e minimizar os danos financeiros à Previdência Social.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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