Finanças

Mesmo com ataques de Trump, EUA passa a aceitar Pix como pagamento

Apesar dos constantes ataques e acusações de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, o Pix passou a ser aceito como pagamento no país para ajudar cidadãos brasileiros imigrantes.

A crescente tensão entre os Estados Unidos e o Brasil em torno do Pix reflete não apenas disputas comerciais, mas também o impacto que uma tecnologia financeira nacional pode exercer no mercado global.

Recentemente, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, incluiu o Pix em uma carta com críticas ao Brasil, citando-o como uma das práticas que justificariam medidas retaliatórias, como o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros.

A justificativa americana baseia-se na acusação de que o Brasil favorece seus próprios serviços de pagamento eletrônico, criando um ambiente desleal para a concorrência internacional. Esse contexto geopolítico e econômico ficou ainda mais interessante com a implementação do Pix nos EUA.

Apesar da resistência do presidente norte-americano, o Pix passou a valer.
Apesar da resistência do presidente norte-americano, o Pix passou a valer. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Pix passa a ser aceito nos EUA

O avanço do Pix no mercado internacional acaba de atingir um marco importante: brasileiros que viajam aos Estados Unidos agora podem realizar pagamentos com Pix em determinadas lojas americanas. A Verifone firmou uma parceria estratégica com a empresa brasileira PagBrasil.

Com esse acordo, comerciantes norte-americanos passam a ter a possibilidade de receber pagamentos diretamente em reais, convertidos automaticamente a partir do valor em dólares, por meio do Pix. Essa iniciativa atende diretamente ao público brasileiro que frequentemente visita os EUA.

Para que as lojas aceitem o Pix, os lojistas deverão utilizar um terminal da Verifone com suporte à nova tecnologia. O processo não exige grandes adaptações por parte dos comerciantes, o que facilita a implementação e torna o método uma opção competitiva frente a outras formas de pagamento.

A operação ocorre através da API de pagamentos alternativos já integrada nos equipamentos da Verifone, permitindo que o sistema reconheça e processe a transação em tempo real, mantendo fluidez e segurança.

Outro diferencial que impulsiona a aceitação do Pix fora do Brasil está relacionado à sua segurança e baixo custo. A Verifone destaca que, por se tratar de uma transferência imediata, o Pix não está sujeito a estornos ou contestações de pagamento, conhecidas como chargebacks, comuns em compras no crédito.

Além disso, as taxas cobradas nas transações com Pix giram em torno de 2%, um percentual ligeiramente inferior ao praticado pelas operadoras de cartão, que cobram entre 2% e 3%. Essa vantagem torna o sistema não apenas mais ágil, mas também financeiramente atrativo para os comerciantes.

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Como vai funcionar a conversão da moeda?

O funcionamento da conversão monetária no uso do Pix nos EUA ocorre de maneira automática e transparente, tanto para o consumidor quanto para o comerciante. Quando o cliente realiza o pagamento em reais, o sistema da PagBrasil realiza a conversão para dólares instantaneamente.

Essa operação garante que o lojista norte-americano receba o valor na moeda local, sem enfrentar complicações com câmbio ou atrasos no repasse. Tudo acontece em tempo real, assegurando agilidade e precisão na finalização da venda.

A parceria entre Verifone e PagBrasil foi pensada para eliminar obstáculos técnicos e operacionais que, em outras circunstâncias, poderiam limitar o uso do Pix fora do Brasil. O comerciante, por exemplo, não precisa adaptar o sistema de gestão financeira da loja ou realizar qualquer alteração nos pagamentos.

Basta contar com o equipamento da Verifone habilitado para essa função. Dessa forma, o custo de adesão à nova tecnologia é minimizado, o que favorece sua disseminação entre pequenos e grandes varejistas.

O impacto desse novo modelo será sentido especialmente em regiões com alta circulação de turistas brasileiros. Segundo dados divulgados pela Verifone, aproximadamente 1,9 milhão de brasileiros visitam os Estados Unidos anualmente, com um gasto superior a US$ 4,1 bilhões por ano.

A expectativa é que esses números cresçam ainda mais nos próximos meses, especialmente com a realização da Copa do Mundo nos Estados Unidos, Canadá e México. A presença de um sistema de pagamento familiar aos brasileiros pode estimular o consumo.

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Dados mostram crescente no uso do Pix internacionalmente

O avanço do Pix como solução de pagamento no exterior reflete uma tendência crescente de internacionalização da ferramenta. Segundo estatísticas do Banco Central do Brasil, mais de 168 milhões de brasileiros já utilizaram o Pix para realizar transações financeiras.

Esse número comprova a ampla adesão ao sistema dentro do país, o que torna natural sua expansão para novos mercados que recebem grande fluxo de consumidores brasileiros. Ao permitir pagamentos em lojas dos EUA, o Pix amplia sua relevância global e consolida sua imagem como uma inovação exportável.

A aceitação internacional do Pix também levanta discussões políticas e comerciais entre os países envolvidos. Recentemente, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abriu uma investigação contra o Brasil, alegando práticas desleais por favorecer tecnologias do país.

Essa apuração faz parte de um pacote mais amplo de tensões comerciais, iniciado com a carta do ex-presidente Donald Trump, que chegou a anunciar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. A iniciativa de aceitar o Pix nos EUA, portanto, ocorre em um momento delicado.

Ainda assim, o avanço do Pix no cenário internacional parece irreversível. A simplicidade, rapidez e baixo custo do sistema o tornam atrativo não apenas para os consumidores brasileiros, mas também para comerciantes estrangeiros que desejam captar esse público com mais facilidade.

A combinação entre tecnologia nacional e integração internacional mostra que o Pix ultrapassou o status de inovação local e passou a representar uma alternativa sólida e competitiva no mercado global de pagamentos.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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