Pesquisa mostra que quem recebe até R$ 6 mil paga mais impostos que milionários
Os impostos no Brasil são cobrados de forma desigual, fazendo com que pessoas que ganham menos paguem mais.
A cobrança de impostos no Brasil sempre gera debates intensos, pois ela afeta diretamente o poder de compra, a distribuição de renda e a percepção de justiça social entre diferentes camadas da população, especialmente as mais baixas.
Ao longo dos anos, o sistema tributário brasileiro acumulou críticas por concentrar sua força nos trabalhadores assalariados, enquanto setores de maior renda encontram meios de reduzir ou até isentar parte de suas obrigações fiscais.
Nesse cenário, torna-se fundamental analisar de que forma a estrutura tributária impacta os diferentes grupos, principalmente quando surgem dados que evidenciam distorções preocupantes. Além disso, as propostas em discussão no Congresso reforçam a necessidade de compreender as medidas.

Neste artigo, você confere:
Pesquisa indica que quem recebe até R$ 6 mil paga mais impostos que milionários
Uma pesquisa do Sindifisco revelou que contribuintes brasileiros com renda mensal superior a R$ 6 mil arcam com alíquotas efetivas de Imposto de Renda mais altas que milionários. Esse dado chama atenção porque mostra uma inversão na lógica de progressividade tributária.
Trata-se de um princípio que deveria garantir maior contribuição proporcional dos mais ricos. A análise se baseia nas declarações referentes ao ano-calendário de 2023, e demonstra como a carga se distribui de forma desigual, atingindo especialmente a classe média.
Segundo os números apresentados, os milionários pagaram em média 5,28% de alíquota efetiva, percentual inferior ao de trabalhadores que recebem de 5 a 7 salários mínimos, que chegaram a 6,63%, indicando uma grande disparidade.
Essa diferença se amplia quando se observa a faixa de renda entre R$ 19,8 mil e R$ 26,4 mil, onde a tributação alcançou 11,40%. Assim, enquanto as classes médias arcam com uma carga significativa, os mais ricos acabam preservando boa parte de seus rendimentos.
Além disso, os dados indicaram que quem possui ganhos acima de 240 salários mínimos mensais, aproximadamente R$ 316,8 mil, mantém até 71% de seus rendimentos livres de impostos. Em contrapartida, nas faixas de renda mais baixas, o percentual isento pode cair para apenas 5%.
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Comparativo do pagamento de impostos entre classes
Ao comparar o pagamento de impostos entre diferentes classes, fica claro que a progressividade do sistema não funciona de maneira justa. A expectativa seria que, quanto maior a renda, maior a alíquota efetiva de contribuição.
No entanto, a realidade mostra que trabalhadores de rendas intermediárias acabam suportando percentuais desproporcionais. Essa situação cria uma sensação de injustiça, pois a tributação acaba reduzindo a capacidade de consumo justamente de quem movimenta grande parte da economia.
Os números evidenciam que a alíquota cresce até determinado ponto, mas, a partir de rendas muito elevadas, ocorre uma queda significativa. Isso se explica porque os mais ricos recebem grande parte de sua renda em forma de dividendos, que historicamente ficaram isentos de tributação no Brasil.
Esse quadro gera não apenas distorções econômicas, mas também sociais, já que amplia desigualdades e compromete a percepção de justiça fiscal. Quando a população percebe que quem ganha mais paga proporcionalmente menos, cresce a insatisfação com o sistema.
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Proposta de isenção para quem ganha até R$ 5 mil
Diante desse cenário, a Câmara dos Deputados aprovou em agosto, por unanimidade, a urgência de um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais. A proposta também prevê redução parcial para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7,35 mil.
O governo estima que a medida amplie de 10 milhões para 20 milhões o número de isentos, além de reduzir a carga de outros 16 milhões de contribuintes. Para compensar a perda de arrecadação, há uma alíquota progressiva de 10% para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês.
Além disso, mantém-se a tributação de dividendos enviados ao exterior, com exceções para governos estrangeiros, fundos soberanos e entidades previdenciárias. Assim, busca-se equilibrar as contas públicas sem comprometer a justiça social.
O projeto foi defendido por diferentes parlamentares como uma correção histórica, já que a tabela do IR permanecia sem atualização significativa havia anos. Além disso, líderes da base governista e até da oposição destacaram a relevância da proposta para reduzir desigualdades.
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