Mais de um milhão de declarações do IRPF estão na malha fina; saiba como sair
Milhões de declarações do Imposto de Renda estão presas na malha fina, demandando ações dos declarantes para serem consertadas.
Todos os anos, milhões de brasileiros precisam entregar a declaração do Imposto de Renda à Receita Federal. Esse processo, que já faz parte do calendário dos contribuintes, serve para ajustar as informações sobre rendimentos, deduções e tributos pagos ao longo do ano.
A entrega correta do documento garante não apenas a regularidade fiscal, mas também a possibilidade de restituição de valores pagos a mais. No entanto, erros ou inconsistências podem levar a declaração para a chamada malha fina, situação que exige atenção e correção imediata.
Embora esse procedimento desperte preocupação em muitos contribuintes, ele tem o objetivo de verificar dados, corrigir divergências e assegurar justiça tributária. Em 2025, esse cenário ganhou destaque, pois um número relevante de declarações ficou retido.

Neste artigo, você confere:
1,29 milhão de declarações caíram na malha fina em 2025
A Receita Federal recebeu mais de 45 milhões de declarações do Imposto de Renda referentes ao ano-base de 2024. Dentro desse universo, cerca de 3,97 milhões foram inicialmente retidas para verificação, o que corresponde a uma fatia significativa do total.
Apesar desse grande volume, a maior parte das declarações já foi regularizada, seja por correção espontânea do contribuinte, seja pelo envio de documentação comprobatória. Isso mostra que muitos cidadãos identificaram os erros e atuaram rapidamente para resolver as pendências.
Ainda assim, aproximadamente 1,29 milhão de declarações continuam retidas na malha fina. Esse número corresponde a 2,8% de todas as entregas realizadas em 2025. Embora possa parecer pequeno diante do total, ele representa milhares de pessoas que aguardam a liberação de suas restituições.
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Por que a declaração é retida?
Diversos fatores explicam a retenção de declarações na malha fina. Entre os principais motivos, destacam-se:
- Deduções em despesas médicas: representam 32,6% dos casos e correspondem ao principal motivo de retenção, geralmente ligados à falta de comprovantes ou valores divergentes dos informados pelas clínicas e hospitais.
- Omissão de rendimentos: responsável por 30,8% das situações, inclui ganhos não declarados pelo titular ou dependentes, que aparecem em cruzamento de dados com fontes pagadoras.
- Deduções diversas, exceto médicas: equivalem a 16% das retenções, abrangendo problemas em informações sobre educação, pensão alimentícia ou dependentes.
- Diferenças no Imposto Retido na Fonte (IRRF): correspondem a 15,1% dos casos e acontecem quando os valores lançados na declaração divergem dos dados repassados pelas empresas por meio da Dirf.
Esses quatro motivos concentram a maior parte das inconsistências detectadas, mas outros erros também podem levar à retenção. O fator comum é que qualquer divergência entre os dados informados pelo contribuinte e os registros das fontes pode colocar a declaração em análise.
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Como tirar a declaração da malha fina?
Para verificar se a declaração caiu na malha fina, o contribuinte deve acessar o extrato do Imposto de Renda disponível no e-CAC, que é o Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal. Esse acesso exige a geração de um código no próprio site ou o uso de certificado digital.
Caso o problema seja realmente um erro no preenchimento, a solução está no envio de uma declaração retificadora. Esse procedimento substitui a versão anterior e corrige as informações inconsistentes, eliminando a pendência.
Quando os dados já estão corretos, mas a Receita exige comprovação, o contribuinte deve apresentar documentos que confirmem as informações declaradas, como recibos médicos, informes de rendimentos ou notas fiscais.
O processo de autorregularização é fundamental porque evita multas e agiliza a análise das informações. Quanto mais cedo o cidadão resolver as pendências, mais rápido ele conseguirá sair da malha fina e regularizar sua situação fiscal.
Posso receber a restituição depois disso?
Sim, o contribuinte que regularizar sua declaração pode receber a restituição normalmente, desde que tenha direito a ela. O pagamento, porém, ocorre apenas após a liberação da declaração pela Receita, o que pode atrasar em relação ao calendário oficial.
Esse detalhe reforça a importância de atenção na hora de preencher a declaração, já que erros simples podem comprometer prazos e gerar frustração. Ao revisar com cuidado os rendimentos e deduções antes do envio, o contribuinte reduz as chances de cair na malha fina.
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