O dinheiro esquecido agora será devolvido automaticamente aos beneficiários, sem a necessidade de realizar a solicitação pelo Sistema Valores a Receber.
O chamado dinheiro esquecido no Banco Central corresponde a valores que permanecem parados em instituições financeiras e não foram resgatados pelos titulares. Esses recursos geralmente vêm de contas bancárias encerradas, cobranças indevidas, tarifas devolvidas ou cotas de consórcio não resgatadas.
Muitos brasileiros desconhecem a existência desses saldos, o que faz com que o montante total represente bilhões de reais à espera de devolução. Diante desse cenário, o Banco Central criou o Sistema Valores a Receber (SVR), ferramenta que possibilita a verificação e o resgate desses valores.
Mesmo assim, o processo exigia ações manuais até recentemente, dificultando o acesso para grande parte da população. Por essa razão, o BC decidiu finalmente liberar o resgate automático do dinheiro, mediante adesão ao sistema.

Neste artigo, você confere:
BC anuncia resgate automático do dinheiro esquecido
O Banco Central anunciou uma nova funcionalidade que moderniza o processo de resgate do dinheiro esquecido. A partir de agora, os cidadãos poderão optar por uma função automática no Sistema Valores a Receber, dispensando a necessidade de consultar o sistema com frequência.
Segundo a diretora do BC, Izabela Correa, a mudança traz maior praticidade e representa um avanço importante para o relacionamento entre o cidadão e o sistema financeiro nacional. Ao automatizar a devolução, o BC espera reduzir o número de valores esquecidos em instituições financeiras.
O crédito será feito diretamente pelas instituições nas contas vinculadas às chaves Pix do tipo CPF. Contudo, o Banco Central não enviará notificações sobre cada valor devolvido. Além disso, o novo recurso não abrange contas conjuntas nem valores de instituições que não assinaram o termo de adesão.
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Como o processo funcionava antigamente?
Antes da implementação do novo recurso automático, o processo de resgate do dinheiro esquecido exigia etapas manuais por parte do cidadão. O interessado precisava acessar o site oficial do SVR, realizar a consulta com seus dados e, caso houvesse valores disponíveis, seguir com o pedido de devolução.
O sistema obrigava o usuário a acessar a plataforma diversas vezes ao longo do ano, já que os valores nem sempre apareciam de forma simultânea. Essa rotina dificultava o acompanhamento, especialmente para pessoas com acesso limitado à internet ou com pouca familiaridade com plataformas digitais.
Esse cenário provocou críticas e levou o BC a buscar soluções para simplificar o procedimento. A automatização surge, portanto, como resposta a essas demandas, permitindo que o cidadão habilite uma única vez a funcionalidade e receba seus valores sem necessidade de múltiplas interações com o sistema.
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Como aderir ao resgate automático de dinheiro esquecido?
Para ativar o resgate automático, o usuário deve acessar o SVR com uma conta gov.br com nível de segurança prata ou ouro. Além disso, é necessário ter a verificação em duas etapas habilitada. A ativação do serviço ocorre de forma simples e rápida, bastando seguir as instruções exibidas no sistema.
Outro ponto essencial é que a devolução automática será feita exclusivamente para usuários com chave Pix cadastrada no formato CPF. Portanto, quem ainda não possui essa chave deve registrá-la junto à sua instituição financeira para garantir o recebimento direto dos valores.
Mesmo com a adesão ativa, o sistema continuará permitindo que o cidadão acompanhe o histórico de valores devolvidos. A qualquer momento, o usuário poderá desativar a função, se desejar, e retomar o modelo anterior, com saque manual.
BC também anunciou novas ferramentas de abertura de conta
Além da automatização dos resgates, o Banco Central anunciou outra inovação importante no âmbito da proteção ao consumidor. A partir de dezembro de 2025, o cidadão poderá declarar, por meio do sistema do BC, que não deseja abrir novas contas bancárias em seu nome.
As instituições financeiras deverão obrigatoriamente consultar essa base de dados antes de autorizar a abertura de novas contas, o que representa um avanço significativo na prevenção a fraudes. Essa consulta se tornará parte obrigatória do processo de cadastro.
O cidadão poderá ativar ou desativar essa proteção sempre que quiser, com total liberdade. O sistema registrará todas as ativações e desativações, bem como as tentativas de abertura feitas pelas instituições. Dessa forma, o Banco Central reforça o compromisso com a transparência e com a segurança digital.
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