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Crédito dispara no Brasil: empréstimos batem R$ 6,6 tri, mas há uma surpresa preocupante

O volume de empréstimos concedidos no Brasil alcançou uma cifra impressionante nos últimos meses — mas nem tudo são boas notícias para a economia e para os consumidores. Segundo dados recentes do Banco Central, o total de crédito liberado ultrapassou R$ 6,6 trilhões em abril de 2025, mostrando um crescimento expressivo tanto no segmento empresarial quanto entre as famílias.

Porém, apesar do aumento do acesso ao crédito, a elevação das taxas de juros e o crescimento da inadimplência lançam dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento e alertam para os riscos financeiros que consumidores e empresas podem enfrentar.

A relação entre o volume recorde de empréstimos e as dificuldades para pagamento torna esse cenário complexo — e a tensão cresce à medida que a inadimplência se mostra mais significativa.

Mas o que está impulsionando esse aumento no crédito? Quais são os principais riscos para o mercado financeiro? E, principalmente, como famílias e empresas podem se preparar para enfrentar esses desafios? Acompanhe a análise completa logo abaixo.

A oferta de crédito no Brasil subiu, mas os brasileiros não sentem isso de fato; entenda o que está acontecendo na economia brasileira.
A oferta de crédito no Brasil subiu, mas os brasileiros não sentem isso de fato; entenda o que está acontecendo na economia brasileira – Foto: arquivo nosso.

Crédito recorde no Brasil: o que impulsiona os R$ 6,6 trilhões concedidos?

O Banco Central divulgou que o total de crédito disponível no Sistema Financeiro Nacional atingiu a marca histórica de R$ 6,6 trilhões em abril. Desse montante, R$ 2,5 trilhões foram destinados a empresas, enquanto as famílias receberam mais de R$ 4 trilhões em empréstimos e financiamentos.

Mas é importante destacar que esse crescimento não se deu de maneira uniforme. No segmento de crédito livre — aquele que pode ser usado para qualquer finalidade — houve um destaque para o empréstimo consignado no setor privado.

As pessoas físicas emprestaram mais de R$ 2 trilhões nessa modalidade, que costuma ser mais segura para os bancos por ter desconto direto em folha de pagamento.

Por outro lado, o crédito consignado para empresas encolheu, ficando em R$ 1,5 trilhão. Já o crédito direcionado — voltado para objetivos específicos como compra de imóveis e financiamento de veículos — somou quase R$ 3 trilhões, refletindo um mercado aquecido para bens duráveis e para o setor imobiliário.

Apesar desse crescimento, a alta nas taxas de juros acende um sinal amarelo. Para famílias, a taxa média subiu para 35,8% ao ano, enquanto para empresas chegou a 23,1%. Essas taxas, consideradas elevadas, dificultam o pagamento das parcelas e pressionam o orçamento dos consumidores.

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Juros altos e inadimplência crescente: o risco que preocupa bancos e consumidores

Embora o crédito esteja mais disponível, o aumento das taxas de juros pode comprometer a capacidade de pagamento dos tomadores. A inadimplência já apresenta sinais preocupantes: 3,5% das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional estão com mais de 90 dias em atraso. Esse índice, que parece pequeno, representa milhões de contratos em risco e perdas potenciais para instituições financeiras.

Mas não são apenas os bancos que devem se preocupar. Para famílias e empresas, a inadimplência pode se traduzir em restrição de crédito futuro, multas, negativação no cadastro de proteção ao crédito e até mesmo dificuldades para manter negócios funcionando ou para honrar compromissos pessoais.

O cenário exige cautela, pois embora o crédito permita alavancar investimentos e consumo, ele também pode se transformar em armadilha financeira, principalmente para aqueles que assumem dívidas sem planejamento ou em condições desfavoráveis.

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Como enfrentar o crescimento do crédito sem cair em armadilhas financeiras?

Diante desse quadro, consumidores e empresários precisam agir com responsabilidade e estratégia. O aumento do crédito não deve ser sinônimo de gastos descontrolados.

Mas, ao mesmo tempo, negar o acesso ao financiamento pode limitar o crescimento e o consumo, que são fundamentais para a recuperação econômica.

Para famílias, a recomendação é revisar as condições dos empréstimos contratados, priorizar o pagamento das dívidas com juros mais altos e evitar o acúmulo de múltiplos financiamentos.

Já para as empresas, o foco deve estar na gestão financeira eficiente, avaliação rigorosa das necessidades de capital e na negociação de prazos e taxas com instituições financeiras.

Além disso, é fundamental acompanhar as notícias e as orientações do Banco Central, que vem monitorando o mercado e pode adotar medidas para equilibrar o crescimento do crédito e a estabilidade financeira.

Rodrigo Peronti

Rodrigo é jornalista, formado desde 2012, especializado em Comunicação e Semiótica e atuou em grandes veículos de imprensa digital, Rádio e TV no interior de SP. Escreve e produz conteúdo com foco em mídias digitais desde 2019.

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