Criminosos usam fotos de idosos na rua para aplicar golpes; entenda
Os criminosos utilizam a biometria facial para conseguir acesso às contas dos idosos, que sequer percebem que foram vítimas dos golpes.
A sofisticação dos golpes bancários tem avançado a passos largos, acompanhando a popularização de tecnologias digitais e ferramentas de autenticação. Com frequência, criminosos exploram brechas no comportamento humano e nas falhas de sistemas para aplicar fraudes cada vez mais elaboradas.
Entre as táticas mais recentes, destaca-se o uso de fotografias para burlar o reconhecimento facial, recurso presente em diversas plataformas governamentais e financeiras. Esse tipo de golpe tem afetado principalmente a população idosa, que muitas vezes desconhece os riscos envolvidos.
Diante desse cenário alarmante, compreender como funcionam essas fraudes, como evitá-las e o que fazer ao se tornar vítima se torna fundamental para qualquer pessoa que utiliza serviços digitais no dia a dia.

Neste artigo, você confere:
Como funcionam os golpes por fotografias?
Criminosos têm adotado uma estratégia aparentemente inocente, porém altamente eficaz, para aplicar golpes por meio de reconhecimento facial. A abordagem começa de forma casual, geralmente nas ruas, quando pessoas idosas são convidadas por desconhecidos a tirarem uma simples foto.
Os golpistas criam situações empáticas, oferecendo algo em troca da imagem, como uma cesta básica ou outro benefício fictício, para conquistar a confiança da vítima. Com isso, solicitam que a pessoa fique séria, retire acessórios do rosto e permita múltiplos cliques.
Eles atuam sob a justificativa de que a imagem “não está boa”. Nesse momento, conseguem capturar diversas fotos adequadas para uso em sistemas de verificação facial. Após registrarem o rosto em diferentes ângulos e condições ideais, os golpistas solicitam ainda que a vítima mostre documentos.
Alegando necessidade para comprovação de entrega do brinde prometido, os criminosos fotografam esses documentos e, com isso, reúnem todos os elementos necessários para aplicar a fraude. De posse dos dados e das imagens da vítima, eles conseguem acessar serviços online que utilizam biometria.
Plataformas como o Meu INSS, Gov.br e aplicativos bancários tornam-se, então, portas de entrada para a solicitação de empréstimos fraudulentos. O golpe se consuma quando o crédito, solicitado sem o conhecimento da vítima, é liberado e começa a ser descontado diretamente do benefício do aposentado.
A descoberta costuma ocorrer semanas depois, quando os primeiros descontos aparecem nos extratos bancários. Em muitos casos, os valores retirados mensalmente ultrapassam a capacidade de contestação imediata, agravando a situação financeira da vítima.
Como se proteger dos golpes de fotografias?
Para se manter longe desse tipo de golpe, adotar atitudes preventivas no cotidiano é essencial. Pequenos cuidados podem fazer grande diferença na proteção dos dados pessoais e biométricos, especialmente entre as pessoas mais suscetíveis a abordagens na rua. Veja como se cuidar:
- Nunca retire seus óculos, bonés, chapéus ou outros itens do rosto a pedido de desconhecidos, especialmente durante fotos.
- Sempre sorria ao permitir que alguém tire uma fotografia com você, pois expressões faciais dificultam o reconhecimento digital.
- Evite selfies tiradas por terceiros muito próximas do seu rosto; permita apenas fotos de corpo inteiro ou da cintura para cima.
- Em hipótese alguma entregue, exiba ou permita que fotografem seus documentos pessoais.
- Questione a motivação por trás de pedidos de fotos e desconfie de insistência para múltiplas imagens.
- Oriente familiares, especialmente idosos, a não cederem a pedidos que envolvam exposição de rosto ou dados pessoais.
- Em caso de dúvida, recuse educadamente a interação e procure sair da situação sem fornecer informações ou imagens.
- Reforce a importância da privacidade digital com pessoas próximas, promovendo conversas preventivas dentro da família.
- Mantenha sempre seus dados atualizados nos canais oficiais, mas nunca compartilhe isso com terceiros em ambientes públicos.
- Denuncie abordagens suspeitas às autoridades locais para ajudar na prevenção de novos casos.
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O que fazer se for vítima?
Ao identificar indícios de que um golpe pode ter sido aplicado utilizando reconhecimento facial ou documentos, o primeiro passo é agir rapidamente. É fundamental registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou pela delegacia virtual do seu estado.
Com esse documento em mãos, a vítima poderá contestar oficialmente os valores descontados e solicitar o cancelamento da operação fraudulenta. Em paralelo, também é recomendado procurar o Procon para formalizar a reclamação e buscar orientação sobre seus direitos como consumidor e cidadão.
Além disso, a vítima deve entrar em contato imediato com a instituição financeira onde o empréstimo foi realizado. Informar o golpe e apresentar a documentação comprobatória pode acelerar o processo de bloqueio das parcelas futuras e iniciar uma investigação interna.
A plataforma do Meu INSS também permite a contestação de empréstimos realizados indevidamente por meio de seu aplicativo, desde que o usuário possua login no Gov.br. Nesses casos, quanto mais cedo a ação for tomada, maiores são as chances de reversão dos prejuízos financeiros causados pela fraude.
Por fim, é essencial revisar a segurança digital após a ocorrência de um golpe. Alterar senhas, ativar autenticação em duas etapas e verificar os acessos recentes nos aplicativos usados são medidas básicas, mas eficazes.
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