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Cuidado com sua biometria: golpes estão cada vez mais comuns

Os golpes envolvendo a biometria estão ficando cada vez mais comuns, por isso é importante proteger até mesmo sua digital.

A biometria consiste no uso de características físicas ou comportamentais de um indivíduo para confirmar sua identidade. Entre os recursos mais utilizados estão a impressão digital, o reconhecimento facial e a leitura da íris.

Normalmente, eles oferecem praticidade e segurança em diversos contextos, como acesso a contas bancárias, portais governamentais e transações digitais. Com a popularização dos smartphones e da digitalização de serviços, essa tecnologia se tornou parte do cotidiano de milhões de brasileiros.

No entanto, essa mesma eficiência que facilita a vida do usuário também desperta o interesse de golpistas, que buscam meios de explorar a biometria de forma criminosa. Com técnicas cada vez mais sofisticadas, criminosos têm utilizado dados biométricos para aplicar fraudes complexas.

Se você foi vítima do golpe da biometria, veja o que fazer.
Se você foi vítima do golpe da biometria, veja o que fazer. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Como funciona o golpe da biometria?

Criminosos têm se aproveitado da confiança dos usuários em sistemas biométricos para aplicar golpes cada vez mais elaborados. Uma das estratégias mais comuns envolve o uso de engenharia social, em que os golpistas se passam por representantes de empresas, bancos ou órgãos públicos.

Eles solicitam vídeos ou fotos sob o pretexto de realizar cadastros, atualizações de dados ou validações de segurança. Com esse material em mãos, os fraudadores conseguem burlar sistemas de reconhecimento facial e acessar contas ou realizar transações financeiras em nome de terceiros.

Outro método recorrente ocorre por meio de contatos telefônicos ou mensagens que simulam comunicações legítimas. Os golpistas já possuem parte dos dados da vítima, como CPF e endereço, e usam essas informações para obter dados complementares, como nome da mãe ou documentos.

Esses detalhes são fundamentais para concluir o cadastro em bancos digitais ou sites de crédito, possibilitando a abertura de contas ou a solicitação de empréstimos. Em casos mais graves, os criminosos chegam a utilizar as informações para financiar veículos e bens de alto valor.

A utilização indevida da biometria, especialmente quando combinada com outros dados pessoais, torna difícil a contestação das operações. Isso ocorre porque a biometria, por ser única e vinculada diretamente à identidade do indivíduo, é vista como prova legítima de autorização.

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Como se proteger do golpe da biometria?

Para evitar cair em golpes envolvendo biometria, o primeiro passo é adotar uma postura de desconfiança diante de ofertas e solicitações incomuns. Desconfie de propostas muito vantajosas, como vagas de emprego com salários acima da média ou promessas de benefícios gratuitos.

Muitas dessas abordagens visam apenas capturar imagens do rosto ou da digital da vítima, sob o pretexto de realizar um cadastro rápido. Ao identificar qualquer sinal de tentativa de fraude, suspenda o contato imediatamente e busque informações em fontes oficiais.

Outra medida importante envolve o cuidado com a divulgação de informações pessoais. Nunca confirme dados solicitados por telefone ou mensagens, mesmo que o atendente já possua parte deles. Essa tática é usada para criar um perfil mais completo da vítima, o que facilita a aplicação do golpe.

Sempre que possível, entre em contato com a empresa ou instituição envolvida pelos canais oficiais, evitando clicar em links suspeitos ou compartilhar imagens pessoais por aplicativos de mensagem. O mesmo vale para contatos presenciais, como visitas domiciliares.

Além disso, ative camadas adicionais de segurança nos aplicativos e serviços que utilizam biometria. Use autenticação em dois fatores, bloqueios por senha e reconhecimento facial apenas em dispositivos confiáveis.

Evite realizar cadastros em sites desconhecidos ou aplicativos pouco populares, especialmente aqueles que exigem uso da câmera para gravação facial. O uso criterioso da biometria, aliado à vigilância constante sobre os próprios dados, ajuda a evitar que essa tecnologia se transforme em fraude.

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Fui vítima, e agora?

Mesmo com todos os cuidados, muitos brasileiros descobrem que foram vítimas apenas quando percebem movimentações estranhas em seus nomes. Por isso, é fundamental agir rapidamente diante de qualquer suspeita.

A primeira ação deve ser a consulta ao Registrato, sistema do Banco Central que permite verificar se existem contas, empréstimos ou financiamentos associados ao seu CPF. Essa verificação ajuda a detectar movimentações suspeitas e identificar onde o golpe pode ter ocorrido.

Simultaneamente, registre um boletim de ocorrência em uma delegacia da Polícia Civil, presencialmente ou pela internet, e formalize a denúncia para que as autoridades tomem ciência do caso. Também é possível acionar a Polícia Federal ou o Ministério Público.

Ao registrar a ocorrência, inclua todos os documentos que comprovem sua tentativa de contestar a operação e os registros do contato com os golpistas, caso existam. Além dos canais oficiais, organizações como a SaferNet Brasil oferecem suporte para vítimas de crimes digitais.

A ONG mantém um canal de denúncias e disponibiliza orientação com especialistas, ajudando na condução do processo de defesa e proteção de dados. O uso dessas ferramentas complementares fortalece a resposta do cidadão diante de fraudes.

Como comprovar que usaram minha biometria para um golpe?

Comprovar o uso indevido da biometria exige organização e agilidade por parte da vítima. Guarde todo e qualquer registro de comunicação com os golpistas, como prints de mensagens, e-mails ou ligações suspeitas que foram feitas na data.

Essas evidências são úteis tanto para investigações policiais quanto para processos administrativos em bancos ou plataformas digitais. Além disso, peça à instituição financeira envolvida acesso aos registros de autenticação usados no golpe, como data, hora e localização.

Caso tenha sido usada biometria facial, solicite que a instituição forneça os vídeos ou imagens capturados durante o processo. Em alguns casos, a comparação com o rosto verdadeiro pode ajudar a provar que o vídeo foi forjado ou manipulado.

Outra medida é registrar uma queixa no Procon e na plataforma consumidor.gov.br, detalhando a situação e exigindo a apuração completa do caso. Por fim, mantenha acompanhamento contínuo do status da contestação e exija respostas formais por escrito.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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