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Empréstimo é cancelado quando o devedor morre? Saiba se a família herda a conta!

Muitas pessoas já pararam para pensar se, quando uma pessoa morre, o empréstimo em seu nome continua rodando ou se é cancelado.

O mercado financeiro oferece diversos tipos de empréstimo para atender às necessidades de pessoas físicas e jurídicas em momentos distintos da vida. Entre as principais modalidades, destacam-se o crédito consignado, o empréstimo pessoal, o financiamento e o cheque especial, cada um com regras específicas.

Escolher a opção mais adequada exige planejamento, análise da capacidade de pagamento e atenção aos detalhes contratuais. Ainda assim, mesmo com todos os cuidados, situações imprevistas podem interferir no cumprimento das obrigações, como a morte do contratante.

Nesses casos, surgem dúvidas importantes sobre o destino do débito, principalmente quando há herdeiros envolvidos. Por isso, entender como funciona a continuidade dos empréstimos após o falecimento do titular se torna essencial para proteger o patrimônio da família e evitar surpresas jurídicas.

Uma pessoa da sua família morreu e deixou empréstimo em aberto? Entenda o que fazer.
Uma pessoa da sua família morreu e deixou empréstimo em aberto? Entenda o que fazer. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Quando uma pessoa morre, seu empréstimo ainda existe?

A morte do contratante de um empréstimo não encerra automaticamente o vínculo com a instituição financeira. Na prática, a existência de herança, de bens e de sucessores influencia diretamente na responsabilidade pelo pagamento.

As regras variam conforme a modalidade contratada, sendo que algumas linhas de crédito contam com seguros que quitam o saldo devedor, enquanto outras podem ser cobradas diretamente do espólio. Com base nisso, analisar cada tipo de empréstimo separadamente ajuda a compreender detalhes.

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Consignado

O crédito consignado possui regras específicas em caso de falecimento do mutuário. Essa modalidade, voltada principalmente a aposentados, pensionistas e servidores públicos, geralmente conta com um seguro prestamista incluso no contrato.

Esse seguro cobre o saldo devedor em caso de morte, desde que não haja omissão de informações de saúde na contratação. Quando o seguro está ativo, a dívida é quitada automaticamente, e os herdeiros não precisam se preocupar com valores pendentes.

No entanto, se não houver seguro ou se ele for inválido por alguma cláusula contratual, o valor do empréstimo pode ser cobrado do espólio, limitando-se aos bens deixados pelo falecido. Outro ponto importante é que o desconto em folha cessa no momento em que ocorre o óbito.

Dessa forma, o banco não pode mais continuar debitando o valor das parcelas do benefício previdenciário ou do salário do falecido. O INSS ou o órgão pagador comunica a instituição bancária, que deve aguardar os trâmites do inventário para buscar eventual recuperação do crédito.

Empréstimo pessoal

No caso do empréstimo pessoal, a responsabilidade pelo pagamento também recai sobre o espólio. A instituição financeira pode habilitar o crédito como dívida no inventário, e o montante será abatido do patrimônio total antes da partilha entre os herdeiros.

Diferente do consignado, essa modalidade raramente possui seguro automático embutido, o que aumenta o risco de os bens herdados precisarem ser utilizados para quitar a dívida. Portanto, mesmo que a pessoa tenha deixado bens de valor, parte deles pode ser direcionada ao pagamento do empréstimo.

Se o falecido não deixou patrimônio, a dívida não se transfere diretamente aos herdeiros. Isso significa que nenhum familiar ou sucessor será obrigado a quitar valores com recursos próprios. A obrigação recai exclusivamente sobre o que for deixado em herança.

Isso respeitando o princípio jurídico de que ninguém responde por dívida de outrem além do valor do espólio. No entanto, cabe aos herdeiros apresentarem todos os documentos na fase de inventário para comprovar a existência do débito e definir sua posição no processo.

Além disso, a depender do valor do empréstimo, o banco pode optar por não prosseguir com a cobrança, considerando o custo e a viabilidade jurídica. No entanto, mesmo sem pressão direta da instituição financeira, os herdeiros precisam agir com cautela.

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Como evitar problemas com o empréstimo herdado?

Evitar complicações relacionadas a empréstimos deixados por entes falecidos exige medidas preventivas, organização documental e atenção aos contratos firmados. A primeira providência é manter registros atualizados sobre todas as dívidas existentes, incluindo os contratos, valores pendentes e seguros.

Esse cuidado facilita a comunicação com o banco em caso de falecimento e permite à família identificar com clareza a existência ou não de obrigações financeiras. Além disso, ajuda o inventariante a cumprir seu papel de forma transparente e eficiente.

Outra ação importante consiste em verificar se os contratos de empréstimo contam com seguro prestamista ativo. Esse tipo de cobertura, muitas vezes oferecido como adicional ou embutido, garante maior tranquilidade à família, pois cobre a quitação da dívida em caso de morte, invalidez ou doença.

No momento da contratação, o cliente deve analisar as cláusulas do seguro, confirmar sua ativação e guardar todos os comprovantes. Em alguns casos, o custo do seguro compensa amplamente os riscos de deixar dívidas aos herdeiros, especialmente quando o valor do empréstimo é alto.

Por fim, é recomendável que o titular do empréstimo informe sua família sobre os contratos firmados, mesmo que não entre em detalhes sobre os valores. O diálogo aberto evita surpresas durante o processo de inventário e facilita a resolução de pendências legais.

Caso a família descubra a dívida apenas após o falecimento, os prazos para tomar providências podem ser curtos, especialmente quando há bens a serem partilhados. Portanto, o planejamento sucessório, aliado à organização financeira constitui a melhor forma de prevenir transtornos.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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