Escala 5×2 já começa a ser adotada no Brasil; o que muda?
Com a pressão popular pelo fim da escala 6×1, algumas varejistas já começam a adotar a escala 5×2 para testar o novo modelo de trabalho.
No Brasil, a rotina de trabalho no varejo tem sido marcada historicamente pela escala 6×1, na qual o profissional atua seis dias seguidos e descansa apenas um. Esse modelo, apesar de amplamente utilizado, tornou-se alvo de críticas crescentes nos últimos anos.
Isso ocorreu especialmente diante das demandas sociais por mais qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A pressão popular pelo fim da escala 6×1 reflete o desejo de trabalhadores que buscam maior tempo para conviver com a família, cultivar hobbies e cuidar da própria saúde.
Esse movimento se intensificou com o debate político em torno da redução da jornada semanal e vem ganhando força por meio de iniciativas parlamentares, discussões públicas e mudanças práticas já implementadas por algumas empresas do setor varejista.

Neste artigo, você confere:
Varejistas adotam escala 5×2 de trabalho
O varejo brasileiro começou a dar passos concretos em direção à substituição da escala 6×1 pela escala 5×2. O Grupo DPSP, responsável pelas drogarias Pacheco e São Paulo, anunciou recentemente a implementação do novo modelo em todas as suas unidades.
Com essa alteração, mais de 24 mil colaboradores passaram a trabalhar cinco dias e descansar dois, mantendo a mesma carga semanal de 44 horas prevista pela legislação. A medida foi planejada como forma de garantir maior bem-estar e motivação aos trabalhadores, sem prejuízo à operação das lojas.
Outra gigante que seguiu o mesmo caminho foi a multinacional sueca H&M, que estreou no Brasil já utilizando a escala 5×2. Diferente de grande parte do setor de moda, que ainda mantém o 6×1, a empresa decidiu alinhar a prática brasileira ao que já aplica em outros mercados.
A movimentação dessas empresas mostra como o debate sobre as escalas de trabalho deixou de ser apenas teórico. Ao adotar o novo modelo, grandes varejistas demonstram que é possível manter a competitividade ao mesmo tempo em que oferecem melhores condições de trabalho.
Saiba mais: Saiba como conquistar a independência financeira com dicas de especialistas – ProCred 360
Resultados da adoção da escala 5×2
A transição para a escala 5×2 trouxe resultados significativos em termos de engajamento e desempenho organizacional. Experiências relatadas por empresas brasileiras e internacionais apontam aumento expressivo na colaboração entre equipes, redução da exaustão e maior satisfação dos trabalhadores.
Em projetos piloto de jornadas reduzidas, observou-se que 60% dos colaboradores relataram maior engajamento e mais de 80% perceberam ganho de energia para executar suas funções. Esse cenário demonstra como a reestruturação da jornada pode potencializar o bem-estar e a produtividade.
As empresas também relatam impactos positivos no cumprimento de prazos, no andamento de projetos e na qualidade dos processos internos. Dados de organizações que experimentaram jornadas alternativas revelam que a eficiência aumentou em mais de 40%, enquanto 72% registraram crescimento na receita.
Outro ponto relevante é a imagem corporativa diante dos consumidores e candidatos. Empresas que adotam práticas inovadoras de gestão de pessoas, como a escala 5×2, passam a ser vistas como empregadores responsáveis e modernos.
Veja mais: Pix por biometria é nova forma facilitada de pagamento – ProCred 360
Pressão pelo fim da escala 6×1
O movimento pelo fim da escala 6×1 tem crescido de forma consistente no Brasil. A Proposta de Emenda à Constituição 8/25, apresentada pela deputada Erika Hilton, formalizou essa demanda no Congresso Nacional, embora o tema ainda esteja em fase inicial de discussão.
Uma subcomissão já foi criada para avaliar os impactos econômicos, ouvir diferentes setores e propor alternativas legislativas. Esse debate marca um passo importante para transformar em política pública uma reivindicação que surgiu de forma orgânica entre os trabalhadores.
A pressão popular encontra respaldo na experiência internacional. Países como França, Canadá, Itália e Estados Unidos mantêm jornadas semanais de 35 a 40 horas, enquanto Chile e México caminham para reduzir seus limites legais.
Esses exemplos reforçam a tese de que encurtar a carga de trabalho é viável economicamente e pode gerar ganhos de produtividade. Ao se alinhar a esse movimento global, o Brasil amplia a possibilidade de construir um mercado de trabalho mais sustentável, menos exaustivo e mais inovador.
Além disso, especialistas destacam que a discussão sobre a escala 6×1 ultrapassa a esfera produtiva e atinge o campo social. O excesso de horas no ambiente de trabalho, aliado a longos deslocamentos, reduz drasticamente o tempo disponível para atividades pessoais, lazer e convivência familiar.
Por isso, a pauta ganhou tanto apoio popular: ela simboliza a busca por uma vida mais equilibrada. Assim, a adoção da escala 5×2 representa não apenas uma mudança técnica, mas também um avanço cultural que conecta trabalho, saúde e bem-estar.
Saiba mais: Febraban divulga lista com os golpes bancários mais comuns de 2025: cuidado! – ProCred 360