Golpes por telefone atingem 4.500 pessoas por hora: veja como se proteger
A Anatel está tendo dificuldades em conter os golpes por telefone, que estão cada vez mais recorrentes em todo o país.
A prática de aplicar golpes por telefone tornou-se uma das formas mais recorrentes de crime digital no Brasil. Combinando engenharia social, tecnologia e acesso indevido a dados pessoais, criminosos conseguem enganar vítimas de diferentes perfis, muitas vezes em questão de minutos.
O aumento da conectividade e da dependência de canais digitais ampliou as oportunidades para fraudadores, que exploram brechas tanto nos sistemas de telefonia quanto no comportamento das vítimas.
Embora as autoridades e as operadoras tenham adotado medidas para coibir essas práticas, os golpistas continuam a inovar e se adaptar rapidamente. Por isso, compreender como essas fraudes acontecem e saber como reagir pode evitar prejuízos financeiros e proteger dados pessoais sensíveis.

Neste artigo, você confere:
Como os golpes por telefone funcionam?
Os golpistas utilizam linhas pré-pagas em nome de terceiros ou fazem chamadas por meio de sites especializados em ligações online para ocultar suas identidades. Essas ferramentas dificultam o rastreamento da origem da ligação, facilitando a execução de fraudes como o golpe do Pix devolvido.
Ao receber essas ligações, o usuário se depara com interlocutores que se passam por representantes de bancos, lojas conhecidas ou instituições públicas. Por meio de argumentos convincentes e manipulação emocional, os criminosos induzem ações rápidas, como transferências via Pix ou instalação de aplicativos.
Um dos recursos mais utilizados nesses golpes é o chamado “spoofing”, que permite aos fraudadores alterar o número exibido no visor da vítima. Com esse artifício, eles simulam números confiáveis, como o de um banco ou uma empresa conhecida, o que aumenta a credibilidade da abordagem.
Muitas vezes, o número apresentado se assemelha ao da própria vítima, tornando o contato ainda mais convincente. A personalização da chamada, aliada ao discurso articulado e à urgência imposta pelos golpistas, torna o golpe mais difícil de detectar em tempo real.
A atuação dos criminosos não depende apenas da tecnologia, mas também do uso de dados pessoais vazados ou roubados, que tornam os argumentos mais verossímeis. Com essas informações, os golpistas ganham a confiança da vítima e conduzem a fraude com alto grau de precisão.
Em poucos minutos, uma simples ligação pode resultar em perdas financeiras significativas e danos à privacidade. Portanto, é essencial entender as técnicas utilizadas e manter atenção constante durante qualquer abordagem por telefone.
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Anatel está com dificuldade de conter golpes por telefone
A Anatel reconhece que combater golpes por telefone tornou-se um desafio complexo diante do avanço tecnológico e da multiplicidade de prestadoras de serviços de telecomunicações. Embora o uso de spoofing para fins maliciosos configure abuso, a técnica em si não é ilegal, o que dificulta punições.
Segundo a agência, o cenário atual exige mudanças estruturais e maior integração entre operadoras e órgãos reguladores. A diversidade de redes e o volume de chamadas dificultam a rastreabilidade das ligações fraudulentas, atrasando ações mais eficazes.
Em resposta ao problema, a Anatel implementou medidas como a exigência de selfie e documento de identidade para ativação de chips pré-pagos. Desde 2021, operadoras devem coletar informações pessoais detalhadas, incluindo foto do comprador, para reduzir o uso de identidades falsas.
Mesmo com essas exigências, ainda persistem casos em que criminosos conseguem ativar múltiplas linhas em nome de terceiros. Chips são utilizados intensamente por pouco tempo e descartados logo após serem bloqueados, o que dificulta o controle e favorece a repetição das fraudes.
Além disso, especialistas apontam fragilidades no processo de verificação facial, que ainda apresenta baixa exigência técnica e ausência de padronização. A própria Anatel admite que não exige biometria profunda e que o processo de ativação pode ocorrer por vias alternativas.
Casos de CPFs com centenas de linhas ativas mostram que os filtros atuais não conseguem barrar completamente as ações criminosas. Embora a agência e as operadoras estejam adotando medidas pontuais, os sistemas de prevenção ainda não acompanham o ritmo de sofisticação dos golpes.
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Como se proteger dos golpes?
- Desconfie de ligações com tom de urgência ou que peçam informações bancárias
- Nunca forneça dados pessoais ou senhas por telefone, mesmo que o número pareça confiável
- Evite clicar em links enviados por SMS ou aplicativos de mensagem após chamadas suspeitas
- Verifique diretamente com a instituição envolvida antes de realizar qualquer transação
- Use aplicativos de identificação de chamadas para bloquear números desconhecidos
- Mantenha o sistema do celular atualizado e evite instalar apps de origem duvidosa
- Consulte com frequência se há linhas pré-pagas registradas em seu CPF no site cadastropre.com.br
Como denunciar os golpes?
- Registre uma denúncia no site “Anatel Consumidor”, informando o número que realizou as ligações
- A operadora terá até dez dias corridos para responder à reclamação registrada
- Acesse o site “Qual a empresa me ligou?” para tentar identificar o CNPJ por trás do número
- Faça um boletim de ocorrência na delegacia de polícia civil da sua região caso o golpe tenha sido consumado
- Compartilhe a informação com familiares e pessoas próximas para evitar novas vítimas
Com o crescimento dos golpes por telefone, manter-se informado e agir com cautela é o caminho mais seguro para proteger seu patrimônio e seus dados.
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