Finanças

Governo libera crédito de R$ 30 bi para empresas que exportam para os EUA sobreviverem ao tarifaço

O tarifaço imposto ao Brasil e outros países criou uma situação de desavença com os EUA, já que atrapalha a economia das empresas locais.

O tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump trouxe enormes desafios para o Brasil e outros países. A medida consiste em sobretaxar produtos importados, com o objetivo de proteger a economia norte-americana de pressões externas e estimular a produção doméstica.

No entanto, essa decisão impacta diretamente as exportações brasileiras, que passam a enfrentar custos muito mais altos para entrar no mercado dos Estados Unidos. Entre os itens mais atingidos, destacam-se produtos de peso na pauta exportadora, como café, carne bovina e frutas.

Essa sobretaxa de 50% encarece os preços finais, reduzindo a competitividade dos produtores brasileiros diante de concorrentes locais. Com isso, abre-se espaço para discussões sobre como o país deve reagir a esse cenário e apoiar setores prejudicados.

Recentemente, o governo tomou medidas para mitigar o tarifaço imposto pelos EUA.
Recentemente, o governo tomou medidas para mitigar o tarifaço imposto pelos EUA. / Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Governo vai liberar crédito para empresas afetadas pelo tarifaço

O governo brasileiro publicou medida provisória liberando crédito extraordinário de R$ 30 bilhões para empresas impactadas pelo tarifaço de Trump. A linha de financiamento busca reduzir os danos causados pela sobretaxa e oferecer alternativas para manter a competitividade internacional.

O Palácio do Planalto informou que os juros serão acessíveis, embora os valores exatos ainda não tenham sido detalhados. Com isso, espera-se que os exportadores consigam suporte imediato para enfrentar a nova barreira comercial.

Esse crédito poderá ser acessado tanto por pessoas jurídicas quanto por pessoas físicas que atuam como exportadores de forma profissional, desde que registradas oficialmente. Estão incluídos:

  • microempreendedores individuais;
  • produtores rurais com CNPJ;
  • empresas de diferentes portes que enviam produtos aos Estados Unidos.

A exigência de regularidade fiscal perante a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional garante que os recursos sejam destinados a quem cumpre as obrigações tributárias.

Além disso, a medida provisória define critérios de prioridade para acesso ao crédito. Empresas que obtiveram pelo menos 5% de seu faturamento com exportações de produtos afetados entre julho de 2024 e junho de 2025 terão preferência.

Já aquelas cuja dependência ultrapassa 20% poderão contratar financiamentos em condições ainda mais favoráveis. Dessa forma, o governo busca direcionar os recursos a quem mais sente os efeitos da sobretaxa norte-americana.

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Outras medidas para ajudar na economia

O pacote anunciado não se restringe ao crédito de R$ 30 bilhões. O governo também apresentou instrumentos adicionais para proteger os exportadores contra riscos e assegurar condições mais equilibradas no mercado internacional.

Entre eles, destaca-se o seguro à exportação, que cobre inadimplência, cancelamento de contratos e outras situações de instabilidade, fortalecendo a confiança dos agentes financeiros. Esse mecanismo amplia a segurança e estimula bancos e seguradoras a financiarem operações de comércio exterior.

Outra medida anunciada envolve o diferimento de impostos, ou seja, o adiamento do pagamento de tributos de empresas mais afetadas pelo tarifaço. Essa ação gera alívio temporário no fluxo de caixa e permite que os exportadores concentrem esforços na manutenção de contratos.

Paralelamente, a prorrogação do prazo de drawback possibilita que insumos utilizados na produção para exportação continuem isentos, garantindo mais competitividade aos produtos brasileiros no mercado internacional.

O governo também reativou políticas conhecidas, como o Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos pelas empresas, ampliando sua margem de lucro. Além disso, anunciou estímulo a compras públicas voltadas para setores mais atingidos e reforçou o compromisso de diversificar mercados.

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Entendendo o tarifaço de Trump

O tarifaço de Trump representa um imposto adicional de 50% sobre determinados produtos importados, especialmente café, carne bovina e ovos brasileiros. Essa sobretaxa incide sobre o valor de entrada dos itens nos Estados Unidos, elevando automaticamente o preço final pago pelo consumidor americano.

Assim, produtos que antes chegavam com preços competitivos passam a enfrentar barreiras que dificultam sua comercialização. O encarecimento reduz o interesse de compradores e pode inviabilizar contratos já estabelecidos.

Inicialmente, o tarifaço previa a aplicação da sobretaxa a todos os produtos brasileiros. No entanto, pouco antes do início da cobrança, o governo americano recuou e retirou quase 700 itens da lista, incluindo laranja, minérios e equipamentos industriais.

Essa exclusão buscou preservar setores estratégicos dos Estados Unidos e evitar desabastecimento de cadeias produtivas dependentes de insumos brasileiros. Ainda assim, os produtos agrícolas de maior importância econômica continuaram sendo alvo da medida.

A justificativa oficial apresentada por Trump foi a necessidade de proteger empregos e indústrias locais diante de concorrência estrangeira considerada desleal. Contudo, especialistas apontam que a política gera tensões comerciais, fragiliza relações diplomáticas e cria insegurança para parceiros estratégicos.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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