Juros do Pix no cartão de crédito são cobrados mesmo após pagamento em dia da fatura
A escolha de fazer um Pix no cartão de crédito pode não ser muito útil, pois leva ao endividamento mesmo pagando contas em dia
Nos últimos anos, o sistema de pagamentos instantâneos revolucionou a forma como os brasileiros movimentam dinheiro. Entre as diversas opções oferecidas pelas instituições financeiras, o Pix no cartão de crédito surgiu como uma alternativa prática para quem deseja transferir valores mesmo sem saldo.
Essa modalidade combina a agilidade do Pix com o limite do cartão, permitindo que o usuário realize pagamentos ou envios de dinheiro de forma imediata, sem precisar sacar ou resgatar aplicações, o que pode ser uma mão na roda.
No entanto, apesar de parecer uma solução conveniente para imprevistos, essa funcionalidade exige atenção redobrada, pois envolve custos e condições específicas. Compreender seu funcionamento e suas implicações financeiras é essencial para evitar surpresas e manter o controle do orçamento pessoal.

Neste artigo, você confere:
Como o Pix no cartão de crédito funciona?
O Pix no cartão de crédito permite que o consumidor utilize o limite do cartão para enviar dinheiro via Pix, mesmo sem saldo disponível na conta bancária. Na prática, o banco ou a operadora do cartão realiza o pagamento ao destinatário e cobra o valor na fatura do cliente, como se fosse uma compra comum.
Essa operação cria uma sensação de flexibilidade financeira, pois o usuário consegue cumprir compromissos imediatos sem precisar movimentar suas reservas ou aplicações. Entretanto, é importante compreender que, nesse caso, o cartão adianta o valor como um empréstimo de curto prazo.
Além disso, o funcionamento dessa modalidade depende das regras de cada instituição financeira. Algumas permitem que o valor do Pix seja incluído na fatura como uma única cobrança; outras oferecem a opção de parcelamento do valor enviado.
Ainda que o processo seja rápido e simples (bastando selecionar a função “Pix no crédito” no aplicativo), ele envolve custos que variam conforme o banco e o perfil do cliente. Por isso, o uso deve ser criterioso, especialmente para quem busca manter um planejamento financeiro saudável.
Outro aspecto relevante está na diferença entre o Pix tradicional e o Pix no cartão de crédito. Enquanto o primeiro movimenta recursos reais disponíveis na conta corrente, o segundo utiliza o limite de crédito, transformando a operação em uma espécie de adiantamento de dinheiro.
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Pix no cartão de crédito gera juros mesmo pagando a fatura em dia
Um dos maiores equívocos cometidos pelos usuários é acreditar que o Pix no cartão de crédito não gera juros quando a fatura é paga integralmente até o vencimento. Na realidade, essa modalidade cobra taxas desde o momento da transação.
Isso porque o cartão atua como intermediário financeiro ao adiantar o valor da transferência. Portanto, mesmo que o cliente quite a fatura integralmente, os juros já estão embutidos no valor do Pix realizado. Em média, essa taxa pode chegar a 15% ao mês, um custo superior ao de um empréstimo pessoal.
O principal motivo dessa cobrança está no caráter da operação. Ao utilizar o Pix com o limite do cartão, o consumidor contrata, na prática, um empréstimo automático com pagamento programado para a fatura seguinte.
Como o banco precisa adiantar o dinheiro para completar a transação, ele aplica juros sobre o montante transferido, mesmo que o pagamento ocorra dentro do prazo. Assim, a instituição garante retorno financeiro imediato e reduz o risco de inadimplência.
O consumidor, por confiar na promessa de que “não há juros se a fatura for paga em dia”, acredita estar isento de encargos, quando, na verdade, já os está pagando de maneira antecipada. Por isso, entender os termos e ler atentamente as condições do serviço evita surpresas desagradáveis.
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Vantagens e desvantagens da modalidade
Embora o Pix no cartão de crédito possa ser útil em certas situações, é essencial analisar cuidadosamente seus prós e contras antes de utilizá-lo. A seguir, estão listadas as principais vantagens e desvantagens dessa funcionalidade.
Vantagens:
- Agilidade e conveniência: o pagamento ocorre de forma imediata, mesmo sem saldo disponível na conta.
- Flexibilidade financeira: permite cumprir compromissos urgentes ou imprevistos sem recorrer ao saque ou à venda de investimentos.
- Facilidade de uso: o processo é totalmente digital, realizado em poucos cliques no aplicativo do banco.
- Registro centralizado: todas as transações aparecem diretamente na fatura do cartão, facilitando o controle.
- Acesso rápido ao crédito: o limite já existente no cartão pode ser utilizado sem necessidade de nova aprovação.
Desvantagens:
- Cobrança de juros elevados: a taxa média gira em torno de 15% ao mês, mesmo com o pagamento da fatura em dia.
- Risco de endividamento: o uso frequente pode gerar acúmulo de dívidas e comprometer o orçamento futuro.
- Perda de controle financeiro: a praticidade da operação pode induzir gastos impulsivos e comprometer o planejamento.
- Ausência de carência: os juros são cobrados imediatamente após a realização do Pix, sem período de isenção.
- Alternativas mais baratas: outras opções de crédito, como o empréstimo pessoal, podem oferecer condições mais vantajosas.
Em síntese, o Pix no cartão de crédito deve ser utilizado apenas em situações emergenciais e com total consciência de seus custos. Apesar de prático e acessível, o recurso pode se tornar um problema se usado de forma recorrente ou sem planejamento.
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