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MEI estourou o limite de faturamento? Saiba como evitar prejuízos!

Ultrapassar o limite de faturamento do MEI pode ser uma das maiores preocupações de quem atua como microempreendedor individual no Brasil.

Com o fim do prazo para a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-MEI) se aproximando, muitos microempreendedores se veem diante da dúvida: e agora, o que acontece se meu faturamento ultrapassar os R$ 81 mil permitidos?

Será que isso vai comprometer a saúde do meu negócio e gerar um impacto financeiro? O que muitos não sabem é que a transição de MEI para Microempresa (ME) pode ser um processo mais complexo do que se imagina, com várias implicações fiscais e tributárias a serem observadas.

Mas não se desespere, a situação pode ser contornada com organização, planejamento e, é claro, atenção aos detalhes.

Aqui, vamos esclarecer o que ocorre quando o MEI ultrapassa o limite de faturamento, quais os impactos disso, e como o microempreendedor pode se organizar para não sofrer prejuízos. Se você é MEI e está com dúvidas, continue lendo.

O limite estourado do MEI traz consequências; veja o que está em jogo se você não controlar o faturamento de modo adequado.
O limite estourado do MEI traz consequências; veja o que está em jogo se você não controlar o faturamento de modo adequado – Foto: arquivo nosso.

O que acontece quando o MEI ultrapassa o limite de faturamento?

Primeiramente, é importante entender que o limite de faturamento para o MEI em 2024 é de R$ 81 mil por ano. Esse limite deve ser respeitado, mas, caso seja ultrapassado, existem diferentes consequências, dependendo da porcentagem em que o faturamento excede o teto estabelecido pela Receita Federal.

  • Ultrapassagem de até 20% (até R$ 97 mil):
    Nesse caso, o MEI precisará fazer uma declaração anual complementar e será automaticamente desenquadrado, passando para a categoria de Microempresa (ME) no próximo ano. Isso implica uma mudança na tributação, que passará a ser progressiva sobre as notas fiscais emitidas. Ou seja, a tributação não será mais fixa e simples como a do MEI, o que pode aumentar os custos para o empresário.
  • Ultrapassagem superior a 20% (mais de R$ 97 mil):
    Se o faturamento ultrapassar os R$ 97 mil, o desenquadramento ocorrerá imediatamente, e retroativamente desde o início do ano-calendário. Isso significa que o MEI será considerado como Microempresa (ME) desde 1º de janeiro, e o empreendedor precisará recolher os tributos como ME, incluindo os valores atrasados, acrescidos de juros e multa. Em um exemplo simples, se o MEI faturou R$ 100 mil, ele já será considerado ME desde o primeiro dia do ano e terá que ajustar seus impostos conforme essa nova condição.

Portanto, o acompanhamento rigoroso do faturamento mensal é fundamental para evitar surpresas e garantir que o negócio continue funcionando de maneira regular. Caso o MEI tenha ultrapassado o limite, é crucial que ele se organize o quanto antes para regularizar sua situação fiscal.

Veja mais: Trabalhadores são isentos de dívidas? Como Consultar dívidas sendo MEI!

Como se organizar e evitar prejuízos?

Existem várias formas de um MEI se manter dentro dos limites e, caso ultrapasse, minimizar os danos e fazer uma transição suave para a categoria de Microempresa. Confira as melhores dicas para garantir que sua empresa se mantenha em conformidade com as regras tributárias:

  1. Controle rigoroso do faturamento mensal:
    Utilize ferramentas de controle financeiro, como planilhas ou softwares especializados, para acompanhar a entrada de receitas do negócio. Isso pode evitar surpresas no final do ano e ajudar a identificar em tempo hábil quando o limite de faturamento está sendo ultrapassado.
  2. Busque orientação contábil regularmente:
    Um contador pode ser a chave para o sucesso do seu MEI. Além de ajudar a planejar o crescimento do negócio, o contador poderá orientá-lo sobre a melhor forma de migrar para a categoria ME caso seu faturamento ultrapasse o limite. Ele também ajudará a evitar problemas com a Receita Federal e outras instituições fiscais.
  3. Faça a Declaração Anual (DASN-MEI) dentro do prazo:
    A DASN-MEI é obrigatória, e o prazo para entrega vai até 30 de maio de 2025. Não entregar ou entregar com erros pode resultar em multas e penalidades. Certifique-se de que todos os dados estão corretos, e, se necessário, peça ajuda a um contador.
  4. Planeje a transição para Microempresa (ME):
    Se o seu faturamento ultrapassou o limite e você está prestes a ser desenquadrado, comece a se organizar para a transição. Isso inclui entender as novas obrigações fiscais e tributárias que você terá que cumprir, como o pagamento de tributos mais elevados e a necessidade de uma contabilidade formalizada.
  5. Ajuste seu fluxo de caixa:
    O aumento da tributação quando se transita de MEI para Microempresa pode afetar o fluxo de caixa. É fundamental ajustar o planejamento financeiro e garantir que sua empresa continue competitiva, mesmo com as novas obrigações fiscais.

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Consequências da não entrega da DASN-MEI

Se o MEI não entregar a DASN-MEI no prazo estabelecido, as consequências podem ser graves. Entre elas, destacam-se:

  • Multas por atraso ou não envio: Caso a DASN-MEI não seja entregue até o dia 30 de maio, o empreendedor estará sujeito a multas, que podem prejudicar sua saúde financeira.
  • Suspensão de benefícios: O não envio pode gerar a suspensão de benefícios vinculados ao MEI, como a possibilidade de obter empréstimos com condições mais favoráveis ou ter acesso a outros incentivos fiscais.
  • Impedimentos para emissão de notas fiscais: Sem a regularização da DASN-MEI, o MEI não poderá emitir notas fiscais, o que pode inviabilizar suas operações comerciais.
  • Riscos fiscais e tributários: A falta de regularização pode resultar em complicações fiscais, incluindo o bloqueio de recursos ou até o parcelamento forçado de tributos.

Rodrigo Peronti

Rodrigo é jornalista, formado desde 2012, especializado em Comunicação e Semiótica e atuou em grandes veículos de imprensa digital, Rádio e TV no interior de SP. Escreve e produz conteúdo com foco em mídias digitais desde 2019.

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