Finanças

Nanoempreendedorismo: entenda o que é, vantagens e quando aderir à modalidade

O nanoempreendedorismo é uma modalidade que vem ganhando espaço devido aos benefícios e ao formato de empreendimento.

O nanoempreendedorismo surge como uma alternativa para formalizar a atuação de trabalhadores autônomos de baixa renda que, até então, operavam à margem do sistema tributário nacional. A proposta é de simplificar obrigações e reduzir a carga tributária.

Essa nova categoria foi criada pela Reforma Tributária sancionada neste ano, trazendo uma resposta para milhares de brasileiros que trabalham por conta própria. A figura do nanoempreendedor foi pensada para atender profissionais cujo faturamento anual não ultrapasse R$ 40,5 mil.

Ou seja, não se pode superar até 50% do limite atual do MEI. Com essa medida, o governo busca ampliar a inclusão produtiva, formalizando trabalhadores que antes não se encaixavam no regime de Microempreendedor Individual.

Você já ouviu falar de nanoempreendedorismo? Entenda o que é e como funciona.
Você já ouviu falar de nanoempreendedorismo? Entenda o que é e como funciona. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Afinal, como o nanoempreendedorismo funciona?

O nanoempreendedorismo se estabelece como uma nova faixa de formalização voltada para profissionais que possuem faturamento bruto anual inferior a R$ 40,5 mil. A proposta visa atender aqueles trabalhadores que, apesar de autônomos, mantêm um volume de renda abaixo do teto do MEI.

Portanto, necessitam de um regime simplificado e ainda mais acessível. Diferente do MEI, o nanoempreendedor poderá atuar sem a obrigatoriedade de um CNPJ, o que facilita a adesão de quem realiza atividades mais informais ou esporádicas.

Esse novo modelo, apesar de simplificado, ainda aguarda definições importantes para garantir clareza ao público-alvo. Entre os principais pontos em aberto, está a definição sobre quais contribuições previdenciárias esses trabalhadores deverão recolher para garantir acesso a benefícios do INSS.

A reforma tributária prevê isenção do IBS e da CBS, impostos previstos no novo IVA dual, mas não detalha outras exigências financeiras. Mesmo assim, o objetivo central permanece: ampliar a formalização, reduzir custos e criar um ambiente menos burocrático para quem fatura pouco.

No entanto, quem já está enquadrado como MEI e possui rendimento dentro desse limite inferior precisa avaliar com cuidado se vale a pena migrar para o nanoempreendedorismo. Embora a nova categoria traga uma perspectiva de menor tributação, o MEI oferece vantagens que o nano ainda não assegura. c]

Isso inclui acesso garantido a todos os benefícios previdenciários e a possibilidade de expansão do negócio. Ou seja, o funcionamento do nanoempreendedorismo, embora promissor, exigirá análise detalhada por parte dos profissionais para que a escolha não comprometa o crescimento da empresa.

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Necessidade de CNPJ não existirá mais?

A proposta de formalização sem a exigência de um CNPJ representa uma inovação relevante no cenário tributário brasileiro. O nanoempreendedorismo permitirá que trabalhadores atuem como Pessoa Física, sem precisar abrir uma empresa formal para regularizar suas atividades.

Isso pode facilitar a adesão de muitos profissionais informais que antes evitavam a formalização por receio da burocracia envolvida na obtenção de um CNPJ. A ausência dessa obrigatoriedade, no entanto, exige ponderação quanto às limitações práticas que isso pode gerar no dia a dia do trabalhador.

Sem o CNPJ, o nanoempreendedor não poderá emitir nota fiscal eletrônica, o que pode dificultar negociações com empresas ou clientes que exijam documentação formal. Além disso, perde-se o acesso facilitado a financiamentos, descontos na compra de veículos, licitações públicas e planos de saúde.

A escolha pela formalização com CNPJ também passa maior credibilidade no mercado, o que pode ser determinante para garantir a continuidade e a expansão do negócio. Dessa forma, mesmo com a opção mais simplificada, o CNPJ continua sendo uma ferramenta estratégica para o empreendedor.

Outro ponto crítico envolve a tributação do Imposto de Renda. Atuando como Pessoa Física, o nanoempreendedor fica sujeito à tabela progressiva do IR, que pode chegar a alíquotas de até 27,5%. Isso ocorre porque o teto de isenção do IRPF será de R$ 33.888,00 em 2025.

Assim, um profissional pode ser surpreendido por uma carga tributária maior do que enfrentaria como MEI, cuja contribuição mensal fixa garante controle sobre os encargos. Portanto, embora o CNPJ não seja mais obrigatório, sua ausência pode comprometer a eficiência financeira e as oportunidades comerciais.

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Quem vai poder optar pelo nanoempreendedorismo?

O novo regime foi pensado para abranger uma gama ampla de profissionais informais que atuam com renda reduzida. Entre os principais grupos aptos ao enquadramento como nanoempreendedores estão artesãos, diaristas, vendedores ambulantes, mototaxistas e outros prestadores de serviços.

A categoria também reserva um regime especial para motoristas de aplicativo e entregadores, levando em consideração seus altos custos operacionais. Nesses casos, apenas 25% do faturamento bruto será considerado para fins de enquadramento, permitindo movimentação até R$ 162 mil por ano.

Apesar da atratividade inicial, a decisão de aderir ao nanoempreendedorismo exige análise cuidadosa. A carga tributária pode parecer menor à primeira vista, mas os benefícios previdenciários ainda dependem de regulamentação.

Para quem busca apenas uma formalização básica, sem intenção de crescimento, o novo regime pode atender bem. Já para quem deseja ampliar suas atividades, conquistar novos mercados ou acessar vantagens exclusivas do CNPJ, continuar como MEI se mostra mais estratégico.

Contadores especializados podem auxiliar nesse processo, oferecendo orientação individualizada sobre os riscos e oportunidades de cada opção. Como a categoria de nanoempreendedor ainda está em fase de regulamentação, recomenda-se acompanhar a evolução da legislação.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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