Recentemente, milhares de brasileiros têm caído em um golpe bastante convincente, envolvendo supostos advogados.
A crescente digitalização das relações sociais, profissionais e jurídicas transformou a vida das pessoas, mas também abriu brechas para crimes cibernéticos cada vez mais sofisticados. Entre os diversos tipos de golpe que circulam nos ambientes virtuais, há alguns que se destacam.
Isso ocorre com os que envolvem a manipulação de identidade e engenharia social. Golpistas se aproveitam do imediatismo das plataformas digitais, como o WhatsApp, para enganar cidadãos comuns e até profissionais do Direito, extraindo dinheiro de forma fraudulenta e muitas vezes irreversível.
Essa realidade mostra a urgência de manter-se atento e informado, pois a prevenção representa o único caminho seguro contra prejuízos financeiros e emocionais. Ainda assim, muitos não identificam os sinais até que seja tarde.
Neste artigo, você confere:
Como o golpe do advogado funciona?
O golpe do falso advogado tem como base a exploração da confiança entre clientes e seus representantes legais. Usando informações públicas disponíveis em sites de tribunais, os criminosos identificam partes envolvidas em processos judiciais e agem com estratégia.
Eles escolhem vítimas que estão aguardando desfechos financeiros, como a liberação de um precatório ou alvará, criando um cenário perfeito para aplicar o golpe. Com base nesses dados, os golpistas clonam perfis reais de advogados, copiando fotos e nomes para parecerem legítimos.
A aproximação acontece por meio do WhatsApp, onde o golpista se apresenta como o advogado da vítima e anuncia uma suposta boa notícia. Normalmente, a conversa gira em torno da liberação de um valor significativo, incentivando o entusiasmo e reduzindo a desconfiança.
Em seguida, o criminoso afirma que, para liberar o valor, a vítima deve realizar um pagamento urgente — geralmente custas processuais, taxas cartorárias ou impostos. A linguagem utilizada apela para o senso de urgência, fazendo com que a pessoa tome decisões impulsivas.
Esse processo é conhecido como engenharia social, no qual o fraudador manipula psicologicamente a vítima para que ela aja rapidamente, sem refletir. O argumento mais comum envolve a perda do prazo e, consequentemente, do direito ao valor, o que intensifica a pressão.
O pagamento solicitado costuma ser via Pix para contas de pessoas físicas, o que também deve acender um sinal de alerta imediato. Assim, o criminoso aproveita a ansiedade e o desconhecimento para obter lucro com a falsa promessa de agilidade no processo judicial.
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O que fazer se for vítima do golpe do advogado?
Caso você caia nesse tipo de golpe, a primeira ação deve ser reunir todas as provas possíveis. Guarde capturas de tela das conversas, comprovantes de pagamento e qualquer dado que possa identificar o número utilizado pelo golpista.
Com essas informações em mãos, vá até uma delegacia da Polícia Civil e registre um Boletim de Ocorrência. Quanto mais rápido esse passo for dado, maiores as chances de localizar o criminoso e interromper outras tentativas de fraude.
Simultaneamente, é fundamental informar seu verdadeiro advogado sobre o ocorrido. Esse contato ajuda a evitar que outras vítimas em potencial sejam enganadas, além de fortalecer a comunicação entre profissional e cliente. Além disso, entre em contato com a seccional da OAB da sua região.
A Ordem dos Advogados do Brasil tem canais próprios para registrar esse tipo de crime e, inclusive, em algumas unidades, como a OAB-ES, há formulários específicos para relatos de golpe do falso advogado. Esse processo permite que a OAB emita alertas públicos e auxilie na conscientização da sociedade.
Quanto mais pessoas denunciarem, mais mecanismos serão criados para barrar a atuação desses criminosos. Por isso, nunca sinta vergonha de ter sido vítima — os golpistas são especialistas em manipulação e atuam de forma cada vez mais convincente.
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Como se proteger de golpes semelhantes
- Desconfie de números desconhecidos: sempre que alguém se passar pelo seu advogado usando um número diferente do habitual, interrompa o contato. Verifique diretamente com o número antigo.
- Faça ligações de vídeo ou voz: nunca realize pagamentos antes de confirmar a identidade. Uma chamada de vídeo ajuda a garantir que você está falando com quem realmente pensa.
- Evite pagamentos urgentes por Pix: desconfie de qualquer pedido de transferência imediata. Golpes sempre usam a pressa como arma principal para diminuir a cautela da vítima.
- Verifique informações do processo: questione dados específicos que só o verdadeiro advogado conheceria. Se ainda restarem dúvidas, vá pessoalmente ao escritório ou consulte diretamente no site do tribunal.
- Use apenas canais oficiais de comunicação: sempre confirme cobranças e orientações por meio de telefone fixo, e-mail institucional ou contato presencial. Nunca se baseie exclusivamente em mensagens por aplicativos.
Em suma, o conhecimento e a vigilância constante são as ferramentas mais eficazes para enfrentar esse tipo de golpe. A sociedade deve adotar uma postura ativa, crítica e informada ao interagir em ambientes digitais, sobretudo quando questões jurídicas estão em jogo.
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