Finanças

Regras de fiscalização da Receita Federal endurecem com e-Financeira; entenda

A Receita Federal aumentou sua fiscalização com o lançamento da e-Financeira, sistema virtual que vai auxiliar nesse processo.

A Receita Federal intensificou a fiscalização sobre movimentações financeiras, especialmente aquelas realizadas via PIX, reforçando a necessidade de atenção por parte de contribuintes. Essa medida surge em resposta ao crescimento exponencial das transações digitais.

A nova regra busca aumentar a transparência, reduzir práticas irregulares e assegurar que todas as receitas tenham comprovação formal. Nesse cenário, cada transferência, depósito ou pagamento entra no radar do Fisco.

Por isso agora ele acompanha de maneira mais detalhada os fluxos de dinheiro. Assim, entender os limites, as obrigações e as possíveis consequências torna-se essencial para evitar autuações, multas e outras penalidades que podem comprometer a saúde financeira do contribuinte.

Fique atento à fiscalização da Receita Federal para evitar penalidades.
Fique atento à fiscalização da Receita Federal para evitar penalidades. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Fiscalização da Receita Federal endurece

A partir de 2025, a Receita Federal passou a exigir que instituições de pagamento e financeiras reportem movimentações com maior rigor. Todas as operações, sejam elas realizadas via PIX, TED, DOC, cartão de crédito ou operações cambiais, devem ser informadas em bloco, respeitando limites definidos.

A principal inovação está na Instrução Normativa nº 2.278/2025, que iguala as obrigações acessórias das instituições de pagamento às dos bancos. Dessa forma, a Receita Federal consegue consolidar informações de contas bancárias e de pagamento em um mesmo sistema.

O que é necessário informar agora?

De acordo com a regra, devem ser reportadas à Receita Federal todas as movimentações financeiras que ultrapassarem:

  • R$ 2.000,00 por mês para pessoas físicas
  • R$ 6.000,00 por mês para pessoas jurídicas

Esses valores incluem depósitos bancários, transferências via PIX, créditos de vendas por cartão e receitas vindas de plataformas digitais. O sistema não distingue modalidades, apresentando apenas os totais movimentados a crédito e a débito em cada conta.

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Como ocorre o cruzamento de dados da Receita Federal?

A Receita Federal utiliza as informações enviadas pelas instituições para comparar a movimentação financeira com os rendimentos declarados no Imposto de Renda. Quando os valores não correspondem, o contribuinte é chamado a prestar esclarecimentos.

Na prática, um profissional que declara rendimentos modestos, mas movimenta valores muito superiores em suas contas, precisa justificar a origem dos recursos. Essa justificativa deve vir acompanhada de documentos que comprovem transações, como:

  • vendas de bens;
  • transferências entre contas próprias;
  • operações de câmbio;
  • heranças;
  • rendimentos isentos.

Sem comprovação adequada, o risco de autuação aumenta consideravelmente.

Limites legais

Apesar da rigidez da fiscalização, a legislação prevê exceções. O artigo 42, § 3º, inciso II, da Lei 9.430/1996, com redação da Lei 9.481/1997, determina que não se caracterizam como omissão de receita os depósitos de até R$ 12.000,00, desde que respeitado o limite global de R$ 80.000,00 por ano.

Esse ponto protege contribuintes que realizam movimentações menores, mas ainda assim os obriga a manter registros claros. Dessa forma, é possível evitar questionamentos futuros e garantir conformidade legal.

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O que muda para empresas?

Para as pessoas jurídicas, o limite mensal de R$ 6.000,00 praticamente alcança todas as empresas ativas. Setores com alta movimentação via PIX, como varejo, e-commerce e serviços digitais, precisam ter atenção redobrada.

Além de manter escrituração contábil e fiscal organizada, as empresas devem garantir que receitas e movimentações estejam sempre compatíveis. A fiscalização mais intensa fortalece a exigência de relatórios precisos e aumenta a necessidade de acompanhamento constante junto ao contador.

Esse cenário também pressiona pequenos negócios que usam meios digitais como principal canal de vendas. Cada entrada registrada deve ser conciliada com notas fiscais e declarações, sob risco de inconsistências. Com isso, a Receita Federal busca reduzir a informalidade e garantir maior arrecadação.

E para autônomos?

Profissionais liberais e autônomos, como médicos, advogados, engenheiros e consultores, também entram no radar. Para eles, o PIX representa o meio de pagamento mais usado, mas cada valor precisa ser declarado corretamente como receita tributável.

Qualquer divergência entre movimentação e declaração pode resultar em malha fina. Além disso, a fiscalização ampliada dificulta a informalidade, já que até operações menores ficam registradas. Por isso, manter organização e consultar um contador com frequência torna-se fundamental.

O que acontece em caso de inconsistências?

Quando a Receita Federal identifica divergências, o contribuinte pode cair na malha fina. Isso resulta em cobranças adicionais, multas e até representação penal nos casos mais graves. As multas podem alcançar 150% do valor devido, especialmente quando há indícios de fraude.

Para evitar esses problemas, especialistas recomendam adotar boas práticas de gestão. É essencial manter registros de receitas e despesas, documentar a origem de depósitos e transferências, conciliar dados com frequência e avaliar a tributação correta de cada fonte de rendimento.

Por fim, a ampliação da fiscalização demonstra que a Receita Federal acompanha de perto a evolução dos meios de pagamento digitais. Com limites considerados baixos para reporte, a maioria dos contribuintes já se encontra abrangida pelas novas regras.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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