IRPF

Restituição devia cair este mês, mas não caiu: e agora?

Milhares de brasileiros que declararam o Imposto de Renda estão prestes a receber a restituição. Contudo, alguns que deveriam receber este mês não tiveram acesso.

A restituição do Imposto de Renda representa a devolução de valores pagos a mais pelo contribuinte ao longo do ano, durante o ajuste de contas com a Receita Federal. Ao preencher a declaração anual, o sistema cruza os dados enviados com os que já constam nos registros oficiais.

Quando identifica que o cidadão pagou imposto em excesso, o governo reembolsa essa diferença. Esse processo visa equilibrar a arrecadação e garantir justiça tributária, devolvendo recursos àqueles que anteciparam tributos além do necessário.

Por isso, o tema desperta grande interesse, especialmente entre os que aguardam com ansiedade a liberação do valor. No entanto, mesmo quando tudo parece estar certo, é possível que imprevistos impeçam o recebimento imediato da restituição.

Se você não recebeu a restituição como deveria, fique atento.
Se você não recebeu a restituição como deveria, fique atento. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Quem pode receber a restituição do IRPF?

A restituição do Imposto de Renda alcança todos os contribuintes que, ao final da declaração, apuram valores pagos a mais durante o ano-calendário. Trabalhadores com retenções mensais na fonte, aposentados, profissionais autônomos com carnê-leão e outros perfis tributários podem receber.

No entanto, o direito à restituição só ocorre quando o total de imposto recolhido supera o devido, segundo os cálculos da Receita Federal. Por isso, o preenchimento correto da declaração, com comprovações adequadas, torna-se essencial para garantir esse reembolso.

Além disso, o contribuinte precisa estar em situação regular com o Fisco, sem pendências cadastrais, erros de digitação, ou inconsistências nas informações declaradas. Qualquer falha pode impedir o processamento da restituição, mesmo que o sistema aponte saldo a ser restituído.

A Receita cruza informações com bancos, empregadores, instituições financeiras e outras fontes, o que exige máxima precisão nos dados informados. Assim, a restituição depende não apenas do valor pago, mas da conformidade de todas as informações prestadas.

Qual a ordem de prioridade do benefício?

  • Idosos com mais de 80 anos
  • Idosos entre 60 e 79 anos
  • Pessoas com deficiência ou moléstia grave
  • Contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
  • Quem utilizou a declaração pré-preenchida ou optou pelo Pix para recebimento
  • Demais contribuintes, conforme data de envio da declaração

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Como consultar se vou receber a restituição?

Para saber se vai receber a restituição, o contribuinte deve acessar o portal e-CAC, o Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal. Essa plataforma permite acompanhar o status da declaração e verificar se existe saldo a restituir, bem como se o pagamento já foi agendado.

O acesso exige o uso de um código de acesso gerado no site da Receita ou login com conta gov.br. Além disso, o sistema oferece informações detalhadas sobre eventuais pendências, inconsistências ou necessidade de correção de dados bancários.

A verificação no e-CAC é essencial quando há dúvidas sobre a liberação dos lotes. Mesmo que o contribuinte tenha recebido a informação de que o valor foi encaminhado para o banco, isso não significa que o dinheiro já entrou na conta.

Dados incorretos, como erro no número da agência, tipo de conta ou CPF incompleto, podem travar o pagamento. Por isso, a análise da situação no portal permite identificar o problema e tomar medidas rápidas, como a retificação da declaração ou a atualização dos dados bancários.

Quanto posso receber?

O valor da restituição depende do total de imposto pago ao longo do ano e das deduções permitidas. Gastos com saúde, educação, dependentes e previdência, por exemplo, reduzem a base de cálculo e aumentam o valor a restituir.

Além disso, a Receita Federal atualiza o valor com base na taxa Selic acumulada desde o mês seguinte ao envio da declaração até a data de pagamento. Ou seja, quem cai nos últimos lotes recebe valores maiores por conta da correção monetária aplicada ao longo dos meses.

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Restituição devia ter caído, mas não caiu, e agora?

Quando a restituição aparece como encaminhada no sistema, mas não foi creditada na conta, o contribuinte precisa agir com rapidez. O primeiro passo é verificar se os dados bancários informados na declaração estão corretos e atualizados.

Caso haja erro no número da conta, código de operação ou CPF, o pagamento pode ser devolvido ao sistema. Por isso, é fundamental revisar cada campo e garantir que as informações coincidam com os registros da instituição financeira.

Se os dados estiverem corretos e o valor ainda não tiver sido recebido, é necessário consultar a declaração pelo e-CAC. O sistema informa se existe alguma pendência fiscal, erro de preenchimento ou irregularidade que possa ter impedido o pagamento.

Em muitos casos, o contribuinte precisa retificar a declaração, corrigindo os campos apontados pela Receita. Após o envio da nova versão, o processo pode levar entre 8 e 20 dias úteis para atualização no sistema, de acordo com o volume de declarações em análise.

Aviso de recebimento não é certeza

A indicação de que há uma restituição a ser paga não garante que o contribuinte vá receber imediatamente o valor. De acordo com especialistas, pode existir alguma pendência ainda não identificada, como inconsistências nos dados ou dívidas com a Receita.

Nesses casos, mesmo que o sistema sinalize restituição, o crédito pode ser bloqueado. Por isso, a recomendação é sempre acessar o e-CAC para verificar detalhadamente a situação. Em situações mais complexas, pode ser necessário o apoio de um contador ou advogado tributarista para ajudar.

Como resolver pendências da malha fina, nesse caso?

Quando a declaração cai na malha fina, o contribuinte deve identificar a pendência apontada pela Receita e realizar os ajustes necessários. O próprio e-CAC exibe quais campos causaram a retenção e possibilita o envio de uma declaração retificadora.

A retificação deve conter os dados corrigidos, acompanhados dos documentos que comprovem as informações prestadas. Quanto mais precisa e rápida for a resposta, mais breve será o desbloqueio da restituição.

Caso a Receita mantenha a pendência mesmo após a retificação, o contribuinte pode agendar um atendimento presencial ou solicitar uma análise documental pela internet. Nesses atendimentos, é possível apresentar comprovantes, explicar divergências e acelerar o processo de liberação.

Depois que resolver posso receber a restituição?

Sim, após a correção e validação das informações pela Receita Federal, o valor da restituição será liberado nos lotes residuais. Esses lotes ocorrem após os pagamentos regulares e atendem contribuintes que regularizaram pendências ou atualizaram informações fora do prazo inicial.

O crédito pode levar alguns dias úteis, dependendo da data da regularização e da ordem da fila de restituições. Assim, mesmo com atrasos, o contribuinte não perde o direito ao valor, desde que esteja em dia com suas obrigações fiscais.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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