Finanças

Saiba como o IOF nas alturas afeta empréstimos, investimentos e cartões de crédito

Com o aumento do IOF, alguns procedimentos financeiros também sofrem alterações, se tornando menos acessíveis para pessoas de baixa renda.

O IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, é uma cobrança federal aplicada em diversas transações econômicas, como crédito, câmbio, seguros e investimentos. Criado como instrumento de regulação, o IOF também funciona como importante fonte de arrecadação para o governo.

Ele incide de forma direta sobre movimentações financeiras, o que significa que impacta tanto empresas quanto pessoas físicas. Ao longo do tempo, o governo utiliza esse tributo como ferramenta de ajuste fiscal e de controle monetário.

Assim, qualquer alteração em sua alíquota modifica o custo final das operações financeiras. Entender suas variações é fundamental para quem deseja organizar as finanças com inteligência, já que o IOF incide em práticas cotidianas, como usar o cartão de crédito internacional ou contratar um empréstimo bancário.

O governo está estudando a possibilidade de aumentar o IOF. Entenda o que significa.
O governo está estudando a possibilidade de aumentar o IOF. Entenda o que significa. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Governo discute possibilidade de aumento do IOF

Com a divergência entre o governo federal e o Congresso em torno da elevação do IOF, o Supremo Tribunal Federal precisou intervir. Diante do impasse, o ministro Alexandre de Moraes decidiu restabelecer quase a totalidade do decreto que previa o aumento das alíquotas.

Essa decisão trouxe efeitos práticos imediatos, alterando a forma como o imposto será aplicado sobre operações de crédito, câmbio, investimentos e previdência privada. A medida busca manter a arrecadação em alta, mas impõe novos desafios para empresas e cidadãos.

As mudanças afetam diretamente operações amplamente utilizadas pela população. A alíquota do IOF aumentou para compras com cartão internacional, compra de moeda estrangeira, envio de remessas internacionais e investimentos no exterior.

A uniformização das alíquotas eliminou as vantagens fiscais entre as diferentes modalidades de câmbio, mas encareceu todas elas. A única exceção foi a suspensão do aumento para operações de risco sacado, que envolvem antecipação de recebíveis e permaneceram com a alíquota anterior.

Além disso, os contribuintes com maior renda passaram a ser especialmente impactados pelas novas regras. Aqueles que realizam aportes elevados em previdência privada do tipo VGBL, por exemplo, terão de pagar IOF sobre os valores excedentes.

Com isso, o governo busca ampliar a arrecadação sobre o patrimônio de investidores de alta renda, equilibrando o sistema tributário com novas fontes de receita. Essa estratégia, no entanto, exige mais planejamento financeiro para mitigar os impactos das novas exigências fiscais.

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Aumento do IOF afeta diversos setores financeiros

A elevação das alíquotas do IOF trouxe reflexos para vários segmentos do mercado financeiro. Com novos custos embutidos em operações antes menos tributadas, os contribuintes devem reavaliar estratégias e redobrar o cuidado no planejamento de gastos e investimentos.

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Investimentos

O aumento do IOF sobre transferências para o exterior reduziu a atratividade de aplicações internacionais no curto prazo. O imposto de 1,1% agora incide sobre todas as remessas, o que diminui a rentabilidade líquida de investimentos com prazos curtos ou médios.

O investidor precisa considerar esse novo custo ao diversificar internacionalmente. Produtos brasileiros com exposição global, como BDRs, ETFs e fundos multimercado com atuação internacional, ganharam relevância. Como não sofrem incidência de IOF, essas opções se tornam alternativas viáveis.

Previdência privada

Para quem investe em previdência privada, especialmente no modelo VGBL, o novo IOF exige atenção redobrada. A partir de 2025, aportes anuais acima de R$ 300 mil passarão a pagar 5% de imposto sobre o valor excedente, e o limite sobe para R$ 600 mil em 2026.

A medida afeta investidores de alta renda que buscavam eficiência tributária ao concentrar aportes vultosos. Essa mudança compromete a estratégia de quem utilizava o VGBL como ferramenta de sucessão ou diferimento tributário.

Empréstimos

Empresas também sentiram o aumento do IOF nas operações de crédito. A alíquota diária subiu de 0,0041% para 0,0082%, somada a um adicional fixo de 0,38%. Isso elevou o custo efetivo anual de 1,88% para 3,38%, impactando diretamente o orçamento de grandes companhias.

No caso das micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional, o aumento foi ainda mais expressivo, com o adicional fixo subindo para 0,95%. O cenário exige mais cautela na contratação de crédito, uma vez que os encargos cresceram substancialmente.

Cartão de crédito

No caso do cartão de crédito internacional, a alíquota foi elevada de 3,38% para 3,5%, equiparando-se à compra de moeda estrangeira e às remessas para o exterior. Essa padronização elimina distorções, mas aumenta o custo total de todas as formas de câmbio.

Antes, o contribuinte encontrava vantagens ao comprar moeda em espécie ou transferir recursos para contas internacionais, já que a alíquota era de apenas 1,1%. Agora, com a uniformização em 3,5%, o planejamento de gastos no exterior precisa considerar outros critérios.

Portanto, é necessário analisar dados como a taxa de câmbio praticada, os spreads aplicados pelas instituições e as tarifas administrativas dos cartões. Por isso, contas digitais globais e cartões pré-pagos continuam viáveis, desde que ofereçam boas condições de uso.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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