Antigamente, para acessar o dinheiro esquecido era necessário fazer um processo manual. Agora, é possível habilitar a transferência automática.
O dinheiro esquecido do Banco Central refere-se a valores esquecidos por cidadãos e empresas em contas bancárias inativas, consórcios encerrados, tarifas cobradas indevidamente ou recursos não resgatados junto a instituições financeiras.
Com o lançamento do Sistema Valores a Receber (SVR), o BC passou a centralizar essas informações, permitindo que qualquer pessoa consulte se tem quantias disponíveis a receber. Muitas vezes, esse dinheiro corresponde a pequenos valores, mas, somados, podem representar uma boa quantia.
A medida traz mais transparência ao sistema bancário e reforça o direito de acesso do consumidor aos seus próprios recursos. Desde que foi lançado, o SVR revelou a existência de bilhões de reais parados, e novas melhorias têm facilitado ainda mais o acesso a esses valores.

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BC libera saque automático do dinheiro esquecido
O Banco Central anunciou, nesta terça-feira, 27, uma importante atualização no Sistema Valores a Receber, permitindo que o resgate do dinheiro esquecido se torne automático. Antes da mudança, o cidadão precisava consultar o sistema periodicamente, identificar valores disponíveis e sacar na hora.
Agora, com a nova funcionalidade, quem quiser pode ativar o pedido automático e deixar de lado esse processo repetitivo. A alteração busca dar mais praticidade ao usuário e reduzir a burocracia, sem alterar as demais regras do sistema.
Segundo a última atualização feita em março, mais de R$ 9,1 bilhões seguem disponíveis para saque. Desse total, R$ 9.136.494.373,56 pertencem a 42.133.520 pessoas físicas e 4.300.668 empresas. A maioria dos beneficiários, cerca de 33 milhões de pessoas, tem valores entre R$ 0,00 e R$ 10,00.
Isso não diminui a importância da medida, já que, para muitos, esse pequeno valor representa a diferença entre pagar uma conta ou não. No outro extremo, quase um milhão de cidadãos têm mais de R$ 1.000,01 a receber, o que reforça a necessidade de manter a atenção sobre o sistema.
O pedido automático, no entanto, não se aplica a todos os casos. Ele está disponível exclusivamente para pessoas físicas que tenham chave Pix do tipo CPF cadastrada em uma conta bancária. Além disso, instituições que não aderiram ao termo de devolução via Pix continuarão exigindo a solicitação manual.
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Como habilitar o saque automático do dinheiro esquecido?
Para garantir o recebimento automático de valores esquecidos, siga os passos abaixo com atenção:
- Acesse o Sistema Valores a Receber (SVR)
Entre no site oficial do Banco Central dedicado ao SVR e clique em “Acessar o sistema”. - Faça login com conta gov.br nível prata ou ouro
Utilize uma conta gov.br com nível de segurança prata ou ouro, com verificação em duas etapas ativada para aumentar a proteção dos seus dados. - Ative a opção de saque automático
Após o login, localize a nova funcionalidade para habilitar o pedido automático de resgate. Leia e aceite os termos de uso conforme exigido pelo sistema. - Cadastre uma chave Pix do tipo CPF
Verifique se sua chave Pix está associada ao seu CPF e cadastrada em uma conta bancária ativa. Esse passo é obrigatório para o recebimento automático dos valores. - Aguarde o crédito automático na conta
Uma vez ativada a funcionalidade, o Banco Central não enviará aviso prévio. O valor será transferido diretamente pela instituição financeira participante para a conta vinculada à sua chave Pix.
Caso a instituição não participe da devolução via Pix ou o valor esteja vinculado a uma conta conjunta, será necessário seguir o procedimento manual tradicional.
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Como funcionava a consulta antigamente?
Antes dessa nova possibilidade, os cidadãos interessados em recuperar dinheiro esquecido precisavam acessar o Sistema Valores a Receber com regularidade para verificar a existência de valores disponíveis. O processo incluía o login via conta gov.br, a consulta manual dos saldos e a solicitação do valor.
Isso exigia atenção constante, já que novos valores podiam surgir em diferentes momentos. Sem o recurso automático, muitos usuários acabavam perdendo oportunidades por falta de tempo ou por não saberem quando novos saldos estariam disponíveis.
A ausência de um sistema de notificação dificultava ainda mais o processo. O Banco Central não enviava avisos sobre valores liberados, exigindo que o próprio cidadão assumisse toda a responsabilidade de monitorar e agir rapidamente para garantir o resgate.
Essa rotina era considerada trabalhosa, principalmente por quem possuía pequenos valores a receber, tornando o esforço desproporcional ao benefício imediato. Como resultado, muitas pessoas simplesmente desistiam de consultar o SVR ou esqueciam de retornar ao sistema periodicamente.
Além disso, todas as solicitações exigiam que o usuário identificasse manualmente a instituição responsável pelo valor, fornecesse dados atualizados e concluísse o processo em etapas distintas. Isso criava uma experiência pouco fluida e impedia que milhões de reais fossem devolvidos com agilidade.